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quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Raio X da violência contra a mulher aponta Vale do Itajaí com pior índice em 2023 

Data:

A Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (Cevid/TJSC), elaborou pela primeira vez uma radiografia dos índices de violência contra a mulher no Estado. Das 120.611 ocorrências contra as mulheres registradas em 2023, 27% aconteceram na região do Vale do Itajaí, 21% no Oeste, 16% na Grande Florianópolis, 15% no Norte, 15% no Sul e 6% na Serra. Com uma população estimada de 7.610.361 habitantes, segundo o Censo de 2022 do IBGE, o índice médio no Estado foi de 15,84 crimes a cada mil pessoas.

“Esses dados apontam a necessidade urgente de medidas eficazes para combater e prevenir a violência de gênero contra as mulheres em todas as suas formas, por meio de ações integradas entre os órgãos que compõem a rede de enfrentamento das violências contra as mulheres do nosso Estado”, anotou a coordenadora adjunta da Cevid, juíza de direito Naiara Brancher.

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Para obter uma visão da totalidade em razão das diferenças entre as populações das 295 cidades catarinenses, que variam de 1.900 até 600 mil habitantes, o cálculo foi realizado ao considerar mil pessoas. Assim, a Cevid pegou o total de casos de um município, região ou comarca e dividiu pela população da área calculada. O resultado foi multiplicado por mil. Com isso, a radiografia identificou os municípios, as regiões e as comarcas com os piores e os melhores índices de violência contra a mulher.

A Cevid utilizou como base os registros de ocorrências fornecidos pela Secretaria de Segurança Pública (SSP/SC). O crime de ameaça apresentou o maior número absoluto, no total de 52.814 casos (43,79%). Em seguida, vieram os crimes de lesão corporal leve, com 24.934 ocorrências (20,67%); injúria, com 22.540 registros (18,69%); difamação, com 7.644 casos (6,34%); e vias de fato, com 7.303 boletins (6,06%). Foram 854 ocorrências de estupro (0,71%), 349 (0,29%) crimes de lesão corporal grave ou gravíssima e 56 feminicídios (0,05%).

“As cidades com as maiores populações sempre registram mais ocorrências nos números absolutos, mas queríamos identificar a proporção de crimes em comparação com os habitantes de cada município, região e comarca. Com esse objetivo, elaboramos o relatório para que as informações direcionassem nossas ações neste ano. Por conta desses números, já visitamos as comarcas de Dionísio Cerqueira e Maravilha no início do ano, e no próximo mês visitaremos as comarcas de Penha e Navegantes”, explicou a assessora da Cevid Roselene Silveira.

A comarca de Penha registrou o pior índice de violência contra a mulher. Foram 925 registros de crimes para uma população estimada de 33.663 pessoas. Isso resultou no índice de 27,48. Já o município de Riqueza, na comarca de Mondaí (Extremo Oeste), teve o pior índice entre todas as cidades. Foram 175 ocorrências para 4.768 habitantes, com índice de 36,70. Por outro lado, o município de Lajeado Grande teve o melhor índice. Foram duas ocorrências entre os 1.702 moradores (1,18).    

Informações – Tribunal de Justiça de SC

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