“O Sarau, além de ser um evento de conscientização sobre o Agosto Lilás, mês de combate à violência contra a mulher, também foi um palco de talentos! Com vozes marcantes, músicas autorais, poesias, rimas e apresentações musicais, o evento deixou uma impressão duradoura em estudantes, pais, professores e convidados. Que possamos continuar firmes na luta por nossos direitos no dia a dia, através do conhecimento e do apoio mútuo.” Com essas palavras, as alunas da Escola de Educação Básica Ruy Barbosa, Leticia G. de Sousa, Sophia V. F. Tavares e Eduarda K. C. de Aguiar, da turma 2º 01, expressaram o impacto do 2º Sarau de Gênero e Contemporaneidade da Escola.
O evento, realizado no dia 24 de agosto, teve um significado especial para todos os envolvidos. De acordo com as alunas: “Na primeira edição, em 2022, as professoras Gabriele Fontanive, Juliane Bortese e Carla S. Groni organizaram o Sarau com as turmas do 1º ano do Ensino Médio. Este ano, o projeto cresceu, com a participação de diversos professores e de todas as turmas da Escola, além do apoio da equipe gestora.”
Letícia destacou que “o Sarau esteve aberto a visitantes, e a Escola recebeu a todos com entusiasmo e carinho. O evento contou com palestras, apresentações artísticas e exposições que enriqueceram a experiência de todos os participantes.”
Entre as exposições, Sophia ressaltou três em particular: “De quem é a culpa?”, que abordou casos recentes de violência, apresentando breves históricos e reproduções das roupas que as vítimas usavam; “Lutando pelos nossos direitos”, que trouxe uma linha do tempo sobre as conquistas das mulheres ao longo dos anos no Brasil; e “Mulheres históricas”, com breves biografias de mulheres que marcaram a história, com destaque para brasileiras da região, como Jéssica Maier e Rosemar Piazza, conhecida como Malá.
As estudantes enfatizaram que “os temas abordados no evento são fundamentais para que as pessoas abram os olhos e percebam a força e o poder das mulheres, além da importância da luta constante pelos direitos.”
Eduarda relatou que “durante a palestra da psicóloga da Polícia Civil do Estado de Santa Catarina, Bianca Sabine Utpadel, fomos confrontados com a realidade ao ouvir áudios de mulheres vítimas de violência solicitando apoio à polícia. De maneira realista e detalhada, a psicóloga apresentou as características da violência doméstica, que muitas vezes passam despercebidas, e explicou as principais leis que nos protegem, ressaltando a importância de recorrer às autoridades sempre que necessário.”
Já Letícia observou que, “na palestra da coordenadora de Atenção à Saúde da Mulher, enfermeira Lidiane Gaulke, adquirimos conhecimentos valiosos sobre maternidade, como a prevenção de DSTs, métodos contraceptivos, cuidados durante a gravidez e o acompanhamento necessário. Ela também destacou a Lei 9.263/1996, que trata sobre o planejamento familiar.”
Sophia concluiu mencionando que “os organizadores do Sarau expressaram o desejo de continuar influenciando a sociedade, trazendo mais conhecimento sobre as leis e a necessidade da luta diária das mulheres, com a intenção de repetir o evento nos próximos anos. Orgulham-se de contribuir, aos poucos, para a melhoria da sociedade por meio da conscientização em diferentes formas.”
As estudantes também lembraram a importância do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5 da ONU, que busca alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
Elas elencam algumas
das conquistas legais brasileiras
em favor das mulheres:
• Lei 8.560/1992: reconhecimento
de paternidade fora do casamento
• Lei 9.029/1995: proibição de políticas
discriminatórias de gravidez no trabalho
• Em 2002, a falta de virgindade deixou
de ser motivo para anulação de casamento
• Lei 11.108/2005: direito de gestantes
a um acompanhante durante o parto
• Em 2006, foi promulgada a Lei
Maria da Penha
• Em 2012, a “Lei Carolina Dieckmann”
alterou o Código Penal para tipificar
crimes virtuais
• Lei 14.443/2022: direito à laqueadura
• Lei 14.674/2023: concessão de
auxílio-aluguel a mulheres vítimas de
violência doméstica, incluída nas
medidas protetivas de urgência.
Por fim, as alunas destacam: “Percebemos que algumas dessas leis são muito recentes, o que evidencia a necessidade de continuar trabalhando e debatendo esses temas para que, além da igualdade, todas as pessoas alcancem equidade.”
