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segunda-feira, 10 de março de 2025

Pacote de medidas do governo desestimula a produção rural brasileira, diz SRB

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Para a entidade, zerar alíquota de importação de alimentos é ineficaz, já que produtos estrangeiros dificilmente chegarão com preços inferiores aos nacionais

Soluções paliativas que não corrigem profundamente os gargalos da produção agropecuária e terão efeitos negativos no médio e longo prazo. É assim que a Sociedade Rural Brasileira (SRB) definiu o pacote de medidas anunciado pelo Governo Federal na  quinta-feira (6) a fim de conter a alta dos preços dos alimentos.

Para a entidade, a produção interna é suficiente para o abastecimento do país e, portanto, a redução das tarifas de importação é ineficaz.

“Não temos problemas com a oferta de produtos. O Brasil é um dos maiores e mais competitivos produtores de grãos e proteínas do mundo. Portanto, mesmo com alíquota zero, dificilmente os produtos importados chegarão a preços inferiores aos praticados internamente”, diz a nota.

‘Produtor rural não é o culpado’
A SRB ressalta que o produtor rural brasileiro não é o culpado pelo aumento dos preços dos alimentos. “Entre ele e o consumidor final há uma longa cadeia de intermediários – como tradings, indústrias, distribuição e varejo -, que agregam custos significativos aos alimentos.”

Apesar disso, na visão da entidade, o produtor rural será o maior prejudicado pela isenção de tarifas de importação, uma vez que essa medida desestimula a produção nacional e afeta diretamente a sua rentabilidade.

“O verdadeiro problema está no alto custo de produção, influenciado pelo aumento nos preços de insumos, energia, mão de obra e transporte, que incide em toda cadeia de alimentos. Também no ‘Custo Brasil’, que representa um dos principais entraves ao crescimento econômico do país, englobando problemas estruturais, burocráticos, trabalhistas e tributários que impactam diretamente a competitividade nacional”, diz trecho da nota.

Fortalecimento da produção nacional

A Sociedade Rural Brasileira destaca, ainda, que diferentemente de importar alimentos, é preciso fortalecer a capacidade produtiva do país, garantindo crédito acessível para a safra 2025/26, com taxas de juros adequadas e recursos suficientes para que os produtores possam manter sua produção com competitividade.

A nota também prega por maior controle fiscal para reduzir a inflação e os juros, além de políticas de incentivo ao crédito rural e à redução dos custos de produção, bem como investimentos em infraestrutura logística.

Fonte: Canal Rural

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