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sábado, 7 de setembro de 2024

Greve se arrasta

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Greve se arrasta

Greici Siezemel / JMV

Foto: Evandro Loes

TIMBÓ – Os caminhoneiros do Brasil inteiro continuam em greve. Na segunda reunião com representantes de onze categorias de caminhoneiros, o governo buscou um acordo, mas nem todos os presentes aceitaram a proposta. O representante da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, negou o acordo proposto pelo governo de suspender a paralisação por um período entre 15 dias a um mês enquanto o governo continua trabalhando para reduzir o preço do diesel.

 A Advocacia-Geral da União (AGU) já obteve até agora 17 decisões liminares que proíbem a obstrução de rodovias federais, inclusive em Santa Catarina. Cerca de 100 advogados públicos estão atuando em todo país para garantir o trânsito livre nas estradas.

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No quilômetro 68 da BR 470, mais de 500 veículos de carga estão estacionados às margens da rodovia e em pátios. De acordo com os manifestantes, o movimento no local reúne mais de 1000 pessoas, muitas delas estão paradas desde o dia 21. Os profissionais estão dispostos a continuar com o movimento até que o resultado seja alcançado.

Gasolina acaba em Timbó

Desde o final da tarde do dia 23, filas enormes começaram a se formar nos postos de combustíveis de Timbó. Na mesma noite, muitos postos já ficaram sem gasolina e na manhã de ontem, dia 24, as filas em torno dos postos voltaram. O produto se esgotou em todos os postos de combustíveis de Timbó na tarde de ontem. O administrador do Auto Posto Nasato disse que não há previsão de quando consigam reabastecer o estoque de gasolina.

Alexandre Luis Ferrari, sócio administrador do Posto Alexandre, falou sobre o reabastecimento. “Não temos previsão de reposição, temos que esperar para ver o que vai acontecer com a greve”.

Algumas pessoas ficaram sem gasolina enquanto estavam na fila para abastecer, aí até a solidariedade de quem estava próximo se mostrou presente. Foi o que aconteceu com Silvana Passig. “Acabou a gasolina na fila e eles estão me ajudando a empurrar o carro para chegar ao posto. Ontem, dia 23, eu já tinha vindo aqui, mas tinha muita gente e eu desisti. Eu apoio a paralisação, meu marido também é caminhoneiro, está preso desde segunda-feira em Caçador, está sem trabalhar por causa da greve, mas é preciso”, destaca ela.

Mario Fávero também apoia a causa. “Tem que haver a falta para ter valorização, mandar o governo tomar vergonha na cara. Eu estou com quatro caminhões na estrada, parados e tomara que fique mais 10 dias para resolver essa situação, já foram feitas algumas greves, não deu resultado, agora parece que está tomando forma. O governo tem que aprender a respeitar o povo que trabalha”.

O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de Timbó está visitando os postos e fazendo um levantamento dos preços. Ontem pela manhã o órgão foi até os estabelecimentos para ver se algum deles havia elevado o valor do combustível sem justificativa e um acabou sendo autuado e deve pagar uma multa.

O coordenador de serviços do Procon Timbó, Osvaldo Roberto Brodwolf pede que a população fique de olho e que se constatar alguma elevação em qualquer produto ou serviço de forma repentina que denuncie. “Neste momento de greve e ameaça de escassez de produtos de necessidade básica, os trabalhos do Procon se voltam também a outras áreas do comércio, como os produtos de gêneros alimentícios. Nosso trabalho é em prol da coletividade. Não queremos que a comunidade saia lesada e pague a conta por empresários oportunistas”, defendeu o coordenador.

Segundo Brodwolf, a orientação é para que a população fique atenta e, caso identifique qualquer irregularidade ou prática abusiva nos valores cobrados por comércios e serviços, acione o Procon de Timbó pelo telefone 3399-0574. O Procon atende de segunda a sexta-feira, das 9 às 16h, sem fechar para o almoço, anexo à Prefeitura de Timbó.

Serviços públicos

A greve ainda não ameaça o funcionamento dos serviços públicos municipais de Timbó. Os veículos oficiais da Prefeitura têm um estoque de cinco mil litros, com preferência para a frota da Secretaria de Saúde e Assistência Social. A quantidade deve ser suficiente para, pelo menos, uma semana. O mesmo acontece com os caminhões que realizam a coleta de lixo orgânico e reciclável no município. A Defesa Civil de Timbó informou que está trabalhando de forma normal até o momento.

Medicação Hospitalar

Em nota, o Hospital Oase informa que: “Em decorrência da greve dos caminhoneiros a direção do Hospital e Maternidade Oase mostra-se preocupada com a possível falta de medicamentos. A Farmácia Hospitalar tem um estoque para cinco dias. Em razão da greve, a entidade não está recebendo medicamentos e materiais hospitalares e as transportadoras não estão coletando os pedidos, razão pela qual não tem previsão de quando estará recebendo novas mercadorias. Os medicamentos termolábeis não estão sendo vendidos, já que não existe previsão de entrega”

Mercados

A greve dos caminhoneiros ainda não atinge os supermercados de Timbó, que não registraram falta de produtos alimentícios até o momento.

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