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sábado, 7 de setembro de 2024

SC dos próximos 30 anos

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SC dos próximos 30 anos
Na manhã de sábado, dia 9, aconteceu, durante o 46º Congresso da Associação dos Jornais do Inte …

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Foto: FOTO/BETO/JORNAL METAS

FLORIANÓPOLIS – Na manhã de sábado, dia 9, aconteceu, durante o 46º Congresso da Associação dos Jornais do Interior de Santa Catarina (Adjori/SC), a mesa-redonda “Para onde caminha Santa Catarina?” com os presidentes da Adjori/SC, da Federação do Comércio de Santa Catarina (Fecomércio-SC), Federação de Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado (FCDL/SC), Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e Federação Catarinense de Municípios (Fecam), mediados pelo professor Laudelino José Sardá, da Unisul.

Ao final do evento, todos os representantes assinaram uma carta que será entregue à Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), subscrevendo o que se espera para o estado nos próximos 30 anos. O 46º Congresso da Adjori/SC e 19º Prêmio Adjori de Jornalismo teve o patrocínio do Sicredi e da Engie.

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Confira a carta na íntegra:

As observações, análises e as propostas abaixo refletem a preocupação dos catarinenses, por meio de associações de classe, com o agravamento e desafios do modelo de desenvolvimento do nosso Estado, que se tornou referência para o restante do Brasil.

O objetivo é sensibilizar os candidatos ao governo do estado e a mandatos legislativos para a necessidade de repensar o modelo e retomar o planejamento integrado, em busca de modelos de governança que permitam fortalecer as estruturas comunitárias dos 295 municípios, em nome do que predomina entre todos os papéis de uma gestão pública: a qualidade de vida e a felicidade do cidadão.

A proposta é no sentido de se investir no projeto SC dos próximos 30 anos.

Passado e Referências

Os primeiros movimentos, que culminaram com a construção de um estado de referência nacional, ocorreram na segunda metade do século 19 (XIX) e na primeira do século seguinte, com a presença de imigrantes de diferentes etnias, povoando grande parte das microbacias. Nessas regiões surgiram e se fortaleceram as comunidades, que investiram em seus negócios e, inclusive, na implantação de universidades. Santa Catarina configurou-se como uma península, com ricas ilhas culturais, sociais e econômicas, movidas pela paixão e destemor das famílias no labor dos campos e das cidades.

A segunda razão do modelo catarinense foi a tenacidade das comunidades de investirem em sua própria universidade, o que impediu o êxodo de jovens e a formação de recursos humanos especializados. Calcula-se que, se não houvesse as universidades comunitárias, Florianópolis, onde já havia duas universidades públicas, teria atraído estudantes do interior e concentrando hoje mais de 800 mil pessoas, como ocorreram com as demais capitais dos estados brasileiros.

O terceiro movimento, impulsionado por recursos humanos especializados e lideranças técnicas exemplares, como Alcides Abreu, Glauco Olinger, Nelson Abreu, Paulo Aguiar, Osvaldo Mello, Elpídio Barbosa, Cupertino de Medeiro, Fernando Marcondes de Matos e tantos outros que contribuíram para o planejamento integrado do estado nos anos 60 e 70, instituiu as microrregiões e os municípios como bases essenciais às estratégias de desenvolvimento social e econômico de Santa Catarina.

Foi justamente nas três primeiras décadas da segunda metade do século 20 (XX) que Santa Catarina consolidou o seu modelo de desenvolvimento, pautado na desconcentração e na descentralização social, econômica e de política pública. Nesse período, o estado implantou a necessária infraestrutura energética, de água, telefonia e de suporte ao desenvolvimento agropecuário, principalmente da agricultura familiar, além de energizar as comunidades com suas riquezas históricas, culturais e espírito de sagacidade, inovação e perseverança. O século 21 (XXI) carece de nutrientes imprescindíveis ao revigoramento e à modernização dos Modelos de Gestão Catarinense, em razão de as políticas públicas se concentrarem em gabinetes, distantes dos problemas e propostas das cidades, onde justamente se concentram os objetivos e metas do serviço público, na busca da qualidade de vida e felicidade do cidadão.

O desenvolvimento

está nas cidades

As Associações, que subscrevem a carta SC dos próximos 30 anos, expressam a sua preocupação com o presente e futuro de Santa Catarina e relacionam abaixo propostas e sugestões no sentido de estancar o processo de deterioração do modelo catarinense.

1 – Voltar as políticas públicas para as cidades, fortalecendo a principal missão que é a felicidade do cidadão.

2 – Investir no planejamento estratégico integrado com as microrregiões, utilizando-se do potencial de cada cidade para busca de soluções para os problemas que comprometem a vocação econômica – comercial, industrial, turística, rural, serviços e outras. Para isso, contar com a participação e propostas das associações que subscrevem esta carta.

3 – Adotar uma política de reestruturação e modernização do serviço público, em nome da redução das atividades burocráticas e da maior qualidade das organizações para busca de respostas rápidas e eficientes à sociedade, ativar fóruns de desenvolvimento regional para executar o item 4.

4 – Adotar política integrada que mobilize e incentive todos os 295 municípios a promoverem seu sistema S, planejamentos estratégicos de forma integrada à sua microrregião e ao estado.

5 – Envolver as universidades, principalmente as que ajudaram a construir e fortalecer as cidades do interior, com o apoio das dezenas de jornais espalhados pelas comunidades catarinenses, no processo de repensar e planejar SC dos próximos 30 anos.

6- Implantar uma política cultural destinada a valorizar o passado e o presente de Santa Catarina, investindo na autoestima dos catarinenses, resgatando e difundindo as riquezas culturais que dão orgulho ao estado.

Recomendação

As associações reafirmam a disposição de redobrar esforços para Santa Catarina modernizar e revigorar o seu modelo de desenvolvimento social e econômico. E apelam aos candidatos, ao governo e aos mandatos legislativos no sentido de trabalhar para que Santa Catarina seja, mais uma vez, pioneira na implantação de um modelo de gestão pública avançada, e que essas eleições passem a ser um símbolo importantíssimo das mudanças que haverão de proporcionar o desenvolvimento sustentável e de qualidade de cada uma das 295 cidades.

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