Neste mês, unimo-nos à campanha Outubro Rosa, que tem como objetivo conscientizar sobre o câncer de mama, uma doença que deve afetar mais de 70 mil brasileiros em 2024. O aumento da mortalidade destaca a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.
O câncer de mama é o mais comum entre mulheres brasileiras, afetando também 1% dos homens, com as maiores taxas de incidência e mortalidade nas regiões Sul e Sudeste. Em 2024, o Centro de Oncologia e Hematologia (CECON) de Santa Catarina atendeu 4.827 pacientes e realizou cerca de 190 mamografias mensais, com estimativa de 3.860 novos casos no estado. Fatores como envelhecimento e estilo de vida contribuem para o aumento da doença, tornando a prevenção essencial. Hábitos saudáveis podem reduzir a incidência em 10% a 15%, e a mamografia é crucial para a detecção precoce, aumentando as chances de cura para mais de 90%.
Para reforçar a importância da realização de exames de rotina, a redação do Jornal do Médio Vale (JMV) entrevistou a doutora Taymara Raizer, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e da European Society for Medical Oncology (ESMO). Ela completou sua residência em Clínica Médica e Oncologia no Hospital Santo Antônio, em Blumenau, onde atua como médica oncologista. Além disso, realizou estágio no Hospital da Luz, em Lisboa, Portugal, e exerceu a função de oncologista no Hospital Santa Isabel, também em Blumenau, atendendo atualmente no Centro de Oncologia Timbó.
A doutora Taymara destaca que, a partir dos 40 anos, os exames de rotina devem ser feitos anualmente, conforme a recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia. Pacientes de alto risco devem realizar os exames antes dessa idade.
O principal sintoma do câncer de mama é um nódulo indolor, duro e irregular. Outros sinais de alerta incluem:
- Edema cutâneo (semelhante à casca de laranja)
- Retração da pele
- Dor
- Inversão do mamilo
- Hiperemia
- Descamação ou ulceração do mamilo
- Secreção papilar, especialmente se unilateral e espontânea
Taymara explica que o diagnóstico do câncer de mama é feito por exames de imagem, como ultrassom e mamografia, que podem detectar alterações não visíveis no autoexame. A avaliação médica é crucial quando há anomalias nos exames, pois a taxa de cura é alta quando a doença é identificada precocemente. A confirmação do câncer é realizada por biópsia, que analisa um fragmento do nódulo. Detectado em fases iniciais, aumenta a probabilidade de tratamentos menos agressivos e cura.
Os tratamentos dependem do tipo e estadiamento do tumor, sendo individualizados e podendo incluir:
- Cirurgia: remoção do tumor ou mastectomia.
- Quimioterapia: uso de medicamentos para destruir células cancerosas.
- Hormonioterapia: bloqueio hormonal para tumores estimulados por hormônios.
- Radioterapia: uso de radiações para destruir células tumorais.
- Terapia alvo: drogas que inibem alterações moleculares em tumores.
- Imunoterapia: medicamentos que ajudam o sistema imunológico a identificar o tumor.
A doutora Taymara conclui que “cada paciente recebe um cuidado integrado e multidisciplinar, que abrange desde a prevenção, o diagnóstico, o tratamento até a reabilitação. Reconhecemos que cada paciente é único, e por isso, promovemos um tratamento humanizado e individualizado”.
