Entenda as causas, sinais de alerta e os tratamentos indicados para cada condição
Saúde – Quando falamos em “pedras”, muita gente imagina que cálculo renal e pedra na vesícula são doenças semelhantes. Porém, apesar do nome parecido e da dor intensa que ambos provocam, tratam-se de problemas distintos, que afetam órgãos diferentes e exigem abordagens médicas específicas.
Como explica o Dr. Sergio Araujo, coordenador médico do Programa de Cirurgia do Hospital Israelita Albert Einstein, “eles não guardam nenhuma semelhança. Somente pelo nome e pelo fato de provocarem forte dor em cólica durante o seu deslocamento”.
O que é cálculo renal?
O cálculo renal, ou pedra nos rins, é formado pela cristalização de substâncias presentes na urina, como cálcio, oxalato e ácido úrico. Essas formações sólidas podem permanecer assintomáticas enquanto estão dentro dos rins, mas ao migrarem para os ureteres desencadeiam a cólica renal, uma das dores mais intensas descritas pela medicina.
Sintomas mais frequentes
Dor forte na lombar ou nas costas, que pode irradiar para a virilha;
Presença de sangue na urina;
Náuseas e vômitos;
Infecção urinária recorrente em alguns casos.
O que é pedra na vesícula?
As pedras na vesícula, chamadas de cálculos biliares, são formadas pelo acúmulo de cristais na vesícula biliar ou nos dutos biliares. A bile, produzida pelo fígado e armazenada nesse órgão, é essencial para a digestão de gorduras. Quando há um desequilíbrio nos seus componentes, os cálculos surgem e podem obstruir os canais, provocando crises dolorosas.
Sintomas mais comuns
Dor abdominal intensa no lado direito, geralmente após refeições gordurosas;
Náuseas e vômitos;
Icterícia (pele e olhos amarelados) em casos de obstrução;
Febre e mal-estar quando há complicações, como colangite ou pancreatite.
Causas e fatores de risco
Embora ambos sejam “pedras”, as causas são bem diferentes:
Cálculo renal: baixa ingestão de líquidos, excesso de proteínas e sal na dieta, alterações metabólicas, histórico familiar e doenças que afetam o metabolismo do cálcio e ácido úrico.
Pedra na vesícula: fatores hormonais, obesidade, dieta rica em gordura e pobre em fibras, predisposição genética, idade acima de 40 anos e uso de estrógenos.
Como diferenciar os sintomas
O padrão da dor é um dos principais pontos de distinção:
Cólica renal: dor lombar intensa que pode irradiar para a região genital, acompanhada de sangue na urina.
Cólica biliar: dor abdominal do lado direito, muitas vezes após refeições, associada a náuseas e desconforto digestivo.
Apesar dessas diferenças, apenas exames de imagem (ultrassom, tomografia ou ressonância) confirmam o diagnóstico com precisão.
Tratamentos indicados
Cálculo renal: pode ser eliminado espontaneamente em alguns casos. Quando necessário, são utilizados métodos como litotripsia (quebra do cálculo com ondas de choque) ou procedimentos endoscópicos para fragmentação e remoção.
Pedra na vesícula: geralmente requer cirurgia de remoção da vesícula (colecistectomia). Se os cálculos estiverem nos dutos biliares, pode ser necessária uma endoscopia antes ou durante a cirurgia.
Prevenção: é possível evitar?
Para cálculo renal: hidratação adequada (pelo menos 2 litros de água por dia), redução do consumo excessivo de sal e proteínas animais e acompanhamento médico em casos de histórico familiar.
Para pedra na vesícula: manter o peso saudável, adotar dieta equilibrada rica em fibras e pobre em gorduras saturadas, além de realizar check-ups periódicos.
Embora compartilhem o apelido de “pedras” e sejam extremamente dolorosos, cálculo renal e pedra na vesícula não são a mesma coisa. Identificar os sintomas corretamente e procurar atendimento médico é fundamental para evitar complicações sérias.
A fala do Dr. Sergio Araujo reforça a importância dessa diferenciação: são doenças distintas, que só têm em comum a intensidade da dor e a necessidade de atenção rápida e adequada.
Por Nicole Almeida
Fonte: Hospital Einstein