“A frase “suicídio não é drama” serve como um lembrete crucial de que o suicídio é uma questão séria de saúde mental, e não deve ser minimizado como uma mera tentativa de “chamar atenção.” Trata-se de um problema complexo que envolve profundo sofrimento e, frequentemente, condições mentais como depressão, transtorno bipolar e esquizofrenia”. As colocações são de Francielle Hartmann, psicóloga (CRP 12/09674).
De acordo com a psicóloga, “o suicídio geralmente resulta de uma combinação de fatores psicológicos, biológicos, sociais e ambientais.
Entre os fatores mais comuns estão a depressão, ansiedade, abuso de substâncias, traumas e situações de vida estressantes.”
Francielle também observa que “o suicídio não afeta apenas a pessoa que tira a própria vida, mas também tem um impacto profundo nos familiares, amigos e na comunidade”.
Sinais de Alerta:
A profissional cita alguns sinais de alerta, incluindo:
• Mudanças de Comportamento: Retraimento social, perda de interesse em atividades, mudanças no sono e no apetite.
• Expressões Verbais: Comentários sobre sentir-se sem esperança, preso ou ser um fardo para os outros.
• Comportamentos de Risco: Aumento no uso de álcool ou drogas, comportamentos autodestrutivos ou preparação para a morte, como dar pertences pessoais.
Recomendações da Psicóloga:
• Falar abertamente sobre suicídio ajuda a desafiar preconceitos e reduzir o estigma associado a problemas de saúde mental.
• Promover uma cultura de apoio onde as pessoas se sintam confortáveis para buscar ajuda sem medo de julgamento.
• Educar a população sobre os sinais de alerta e como oferecer suporte pode salvar vidas.
• Reconhecer os sinais de risco permite intervenções precoces e eficazes, que podem prevenir o suicídio.
Como Ajudar:
Segundo a psicóloga, uma forma de ajudar é:
• Ouvir com Empatia: Muitas vezes, as pessoas precisam de alguém para ouvir sem julgamento.
• Apoio Profissional: Incentive a busca por ajuda profissional, como psicólogos e psiquiatras.
• Linhas de Apoio: Em muitos países, existem linhas de apoio para prevenção do suicídio. No Brasil, o CVV (Centro de Valorização da Vida) oferece apoio emocional gratuito através do telefone 188.
Portanto, destaca Francielle, “reconhecer que ‘suicídio não é drama’ é fundamental para tratar a questão com a seriedade que ela merece. Precisamos continuar a trabalhar para aumentar a conscientização, fornecer suporte adequado e garantir que aqueles que estão sofrendo saibam que não estão sozinhos e que a ajuda está disponível”.
A profissional aconselha ainda: “Se você ou alguém que você conhece está passando por dificuldades emocionais ou pensamentos suicidas, não hesite em buscar ajuda. A vida é preciosa e há esperança, mesmo nos momentos mais difíceis. Lembre-se, a saúde mental é tão importante quanto a saúde física, e buscar ajuda é um sinal de força, não de fraqueza. A campanha Setembro Amarelo é um lembrete poderoso de que ninguém precisa enfrentar seus desafios sozinho”.
Neste mês de setembro, a psicóloga Francielle Hartmann está promovendo a campanha do Setembro Amarelo em sua clínica para os pacientes e em seu Instagram, onde tem mais de 20 mil seguidores. “Os pacientes receberão balas com mensagens sobre saúde mental e prevenção do suicídio, além de balões amarelos com sorrisos e banners alertando sobre o mês comemorativo”.
Campanha 2024
Com o lema “Se precisar, peça ajuda!”, a campanha Setembro Amarelo 2024 está em pleno desenvolvimento em todo o Brasil. Promovida pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a iniciativa visa, mais uma vez, mobilizar a sociedade na prevenção do suicídio, uma das principais causas de morte evitáveis no mundo.
Criada em 2014, a campanha foi introduzida no calendário nacional por Antônio Geraldo da Silva, presidente da ABP, e ao longo dos anos tornou-se a maior campanha contra o estigma ao redor do mundo. Embora o ponto alto das ações ocorra no dia 10 de setembro, Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, as atividades se estendem ao longo de todo o ano, com o objetivo de conscientizar a população e salvar vidas.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é uma questão crítica de saúde pública global, com mais de 700 mil mortes por ano — número que pode ultrapassar um milhão quando consideradas as subnotificações. No Brasil, cerca de 14 mil suicídios são registrados anualmente, o que resulta em uma média de 38 vidas perdidas por dia. Nas Américas, infelizmente, as taxas de suicídio têm seguido na contramão da tendência global de queda, ressaltando a urgência de medidas eficazes na região.
Em 2024, a campanha Setembro Amarelo enfatiza a importância de romper o silêncio em torno do tema, incentivando o diálogo e a busca por ajuda em momentos de crise. Ao longo do ano, serão disponibilizados materiais educativos e informativos acessíveis a todos, com o intuito de engajar a sociedade na luta pela preservação da vida.