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segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Um avanço crucial para a saúde infantil na região

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A oferta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica é um componente crucial para a saúde pública, contribuindo para a redução da mortalidade infantil e para a melhoria da qualidade de vida das crianças e de suas famílias. Em julho, o Hospital e Maternidade Oase de Timbó passou a oferecer 10 leitos desse serviço, qualificando ainda mais o atendimento em Saúde.

Em entrevista à redação do Jornal do Médio Vale (JMV), a coordenadora da UTI Pediátrica, médica pediatra (RQE 18.966) e intensivista pediátrica (RQE 22.075), Jéssica Chaves (CRM/SC: 25.266), explica que “a Terapia Intensiva Pediátrica desempenha um papel fundamental na saúde da região, especialmente no cuidado de crianças com condições graves ou complexas. Essas unidades, equipadas com tecnologia de ponta e profissionais altamente especializados, oferecem cuidados intensivos 24 horas por dia, garantindo a estabilidade e recuperação dos pequenos pacientes. A presença de uma UTI Pediátrica (UTIP) em um hospital local diminui a necessidade de transferências para grandes centros, reduzindo o estresse das famílias e otimizando o tempo de resposta em emergências”.

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Segundo a médica, “é importante destacar a diferença entre uma UTI Pediátrica e uma UTI Neonatal. Embora ambas sejam unidades de terapia intensiva voltadas ao cuidado de crianças, elas se diferenciam significativamente com relação às características dos pacientes e à abordagem de tratamento. Na UTI Neonatal, os pacientes são geralmente recém-nascidos, frequentemente prematuros, que precisam de cuidados imediatos após o nascimento, para condições como dificuldades respiratórias, infecções congênitas ou malformações. Já a UTI Pediátrica trata pacientes de diferentes faixas etárias, desde lactentes até adolescentes, com uma variedade de patologias”.

Jéssica relata que, em hospitais de média complexidade como o Hospital Oase, os casos mais prevalentes na UTI Pediátrica estão relacionados a quadros de insuficiência respiratória, geralmente decorrentes de bronquiolite, pneumonia e crises asmáticas, comuns nos meses mais frios. Outra categoria frequente de internação inclui infecções graves, como sepse e meningite, que exigem monitoramento constante e intervenções rápidas. A UTI Pediátrica também recebe crianças com doenças crônicas, como cardiopatias e diabetes, que apresentam descompensações agudas, além de casos associados a acidentes, traumas, queimaduras e doenças neurológicas.

Equipe multidisciplinar
e humanização

De acordo com a profissional, “toda essa gama de patologias torna a UTI Pediátrica um ambiente desafiador, mas também extremamente gratificante. Em conjunto com nossa equipe multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e outros profissionais, trabalhamos juntos para oferecer o melhor cuidado possível aos pequenos pacientes e suas famílias, proporcionando esperança e alívio em momentos difíceis. Temos a bênção de cuidar das crianças em seus momentos mais críticos e vê-las sorrindo na alta da UTI”.

Jéssica destaca a importância da abordagem multidisciplinar, já que os pacientes frequentemente apresentam múltiplas disfunções associadas às suas doenças de base. “O médico intensivista monitora e trata as condições críticas do paciente, enquanto o fisioterapeuta atua na manutenção e recuperação da função respiratória e motora, essenciais para a recuperação de crianças acamadas. O nutricionista garante que as necessidades calóricas e nutricionais sejam adequadamente atendidas, fundamentais para o crescimento e cicatrização, especialmente em pacientes pediátricos em fase de desenvolvimento”.

Ela crescenta que o apoio psicológico, tanto para o paciente quanto para a família, é vital, já que a internação em uma UTI é uma experiência extremamente estressante e emocionalmente desgastante. “O assistente social também desempenha um papel importante ao garantir que a família tenha suporte e orientação durante o processo de internação e após a alta. Essa integração entre as áreas permite uma abordagem holística do paciente, garantindo que todos os aspectos de sua saúde e bem-estar sejam considerados, o que pode reduzir o tempo de internação e melhorar os desfechos clínicos”.

A coordenadora ressalta que o apoio dos serviços de psicologia e assistência social desempenha um papel fundamental na humanização do cuidado, um tema muito relevante nos dias de hoje. “O ambiente de terapia intensiva, por sua natureza, pode ser assustador e estressante, especialmente para as crianças, que estão longe de seu ambiente familiar, expostas a procedimentos invasivos e ao isolamento prolongado. Garantir uma abordagem humanizada, que respeite a individualidade da criança e envolva os pais no cuidado, ajuda a reduzir o medo e a ansiedade, além de proporcionar um ambiente mais acolhedor e seguro. Pequenas ações, como permitir a presença constante dos pais, utilizar uma linguagem lúdica e adaptar a rotina hospitalar às necessidades da criança, fazem uma grande diferença na experiência do paciente. Manter uma comunicação clara e aberta entre a equipe de Saúde e a família também é fundamental para que os familiares se sintam amparados e parte ativa do processo de recuperação da criança”.

Jéssica conclui que o cuidado integral vai além do tratamento das condições físicas, abrangendo também o estado emocional e psicológico do paciente e de sua família, o que pode impactar positivamente nos resultados clínicos. “Pacientes emocionalmente mais estáveis tendem a responder melhor ao tratamento, enquanto famílias mais informadas e apoiadas enfrentam com mais resiliência os desafios impostos pela hospitalização. A humanização e o suporte psicológico, portanto, são essenciais para promover uma recuperação mais tranquila e completa dentro da UTI Pediátrica”.

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