“Tive a incrível oportunidade de participar de um intercâmbio no Chile, representando a igreja luterana. Essa jornada, que começou com um sonho e culminou em memórias inesquecíveis, marcou-me profundamente e expandiu minha visão sobre fé, cultura e comunidade.
” Com essas palavras, o jovem timboense Gabriel Felipe Duwe, de 21 anos, fala sobre o intercâmbio do qual participou nos primeiros meses de 2025.
Segundo ele, “a motivação para me inscrever no processo seletivo surgiu do desejo de vivenciar essa experiência única. Já havia conhecido intercambistas, como Bruno Piske, da Comunidade Luterana Trindade, que foi para a Alemanha, e a ideia de representar minha igreja em outro país me encantava”.
Duwe explica que “a preparação para o intercâmbio começou com reuniões entre os cinco brasileiros selecionados para o acampamento no Chile.
Fomos apresentados à realidade da Igreja Luterana chilena e ao formato do acampamento, que é dividido entre um treinamento para colaboradores e o acampamento para os jovens.”
Conforme o jovem, suas expectativas antes de embarcar eram altas e cheias de entusiasmo. “Junto com meus amigos, criamos um grupo no WhatsApp, onde compartilhávamos nossas expectativas sobre a viagem, os treinamentos, as paisagens e, claro, a visão do vulcão!”
Duwe afirma que “a experiência geral do intercâmbio foi transformadora, desde a preparação até o retorno. A imersão em uma cultura diferente, o contato com jovens chilenos e a vivência da fé luterana em um contexto novo proporcionaram-me um crescimento pessoal e espiritual imensurável”.
Para o jovem, um dos momentos mais marcantes foi a participação nos grupos de vida. “Esses grupos, formados por três colaboradores e cerca de 10 jovens, eram espaços de partilha, acolhimento e aconselhamento.
Os jovens compartilhavam suas dores e angústias, e nós, como colaboradores, tínhamos a oportunidade de ouvi-los, apoiá-los e oferecer conselhos. A conexão que se estabelecia nesses momentos era profunda e genuína”.
INTERCÂMBIO E FÉ
O intercâmbio teve como destaque um acampamento no Chile, em Puerto Fonck, com o tema “Estações da Vida”, explorado durante sete dias sob a liderança do pastor Everton. Cada estação do ano representava um aspecto da vida: Verão (felicidade), Inverno (tempos difíceis), Primavera (recomeço) e Outono (preparação).
Segundo Duwe “a experiência fortaleceu a fé e expandiu a compreensão da comunidade luterana, em especial pela imersão na cultura e na prática luterana no Chile. Uma das principais diferenças notadas foi o tamanho da igreja luterana chilena, menor que a brasileira, com cerca de 3.000 membros.
A celebração “Noche de las Gracias” e os relatos dos jovens nos grupos de vida foram momentos impactantes. O acampamento integrou estudo, espiritualidade, diversão e culinária chilena, proporcionando um ambiente leve para conversa, interação e reflexão”.
O jovem de Timbó relata que “o sotaque chileno foi um desafio, apesar do espanhol escolar. Acordar mais tarde era outro costume diferente. A receptividade chilena facilitou a interação e os laços, com conversas sobre futebol e música brasileira.”
Ele acrescenta que “fez amizades duradouras com brasileiros e chilenos, com quem mantém contato e planeja reencontros. Aprendeu sobre a realidade da Igreja Luterana no Chile, uma igreja pequena em um país católico, com comunidades de cerca de 80 membros, descendentes de alemães. Vê nas escolas alemãs um caminho para engajar jovens, com apoio da IECLB e da Alemanha.”
Para Duwe, o intercâmbio ampliou sua visão da fé luterana. “O intercâmbio impactou sua vida pessoal, participação na comunidade e engajamento com a missão. Valoriza a juventude e se sente preparado para contribuir. Assumiu a vice-coordenação do Vale do Itajaí no acampamento de carnaval, onde pretende engajar mais jovens na JE.”
O jovem destaca ainda que “meu conselho para outros jovens que estão considerando participar de um intercâmbio como esse é: não percam essa oportunidade! É uma experiência única, com outra cultura, idioma e pessoas.
As paisagens do Chile são fenomenais, e o céu é um dos mais bonitos do mundo. Pude ver dez vezes mais estrelas do que em casa, pois não havia muita poluição luminosa.
Além disso, presenciei a passagem da Starlink e uma estrela cadente. Se tiverem a chance de se inscrever e serem selecionados, não hesitem, aproveitem ao máximo!”
Os outros brasileiros que participaram do intercâmbio foram: Anderson Rogério Strohm – Sínodo Centro-Campanha Sul; Flaviano Jastrow – Sínodo Espírito Santo a Belém; Gabriela Reich Favarin Leal – Sínodo Paranapanema e Natália Berndt Perleberg – Sínodo Sul-Rio-Grandense.
“Essa experiência ficará para sempre em minha memória, e sou grato pela oportunidade de ter representado a igreja luterana e de ter vivido momentos tão especiais no Chile.”