Massa de ar frio alcança o Brasil no final de julho com previsão de queda de temperatura mais no Sul e no Sudeste do país
Uma massa de ar frio vai derrubar a temperatura no final deste mês depois de vários dias de temperatura acima da média nesta segunda quinzena de julho e que se seguiu a um período muito gelado e atipicamente prolongado mais ao Sul do país nas primeiras duas semanas do mês.
Os mapas acima mostram a projeção de anomalia de temperatura (desvio da média) no nível de pressão de 850 hPa (equivalente a 1500 metros de altitude) para o período de 28 de julho a 31 de julho com base em dados do modelo do Centro Meteorológico Europeu (ECMWF).
Como se observa nos mapas, uma massa de ar frio deve avançar a partir da Argentina e do Uruguai, alcançando os três estados do Sul do Brasil no final deste mês, seguindo depois para a Região Sudeste com queda de temperatura. Os mapas mostram ainda que será uma incursão de ar frio com trajetória marítima, logo diferente do que ocorreu no final de junho e no começo de julho, quando as massas de ar frio tiveram trajetória continental, ou seja, pelo interior do continente.
As projeções dos modelos apontam ainda que esta incursão de ar frio não será intensa como as do final de junho e o começo de julho, embora haja previsão que provoque uma queda acentuada da temperatura em diversos estados do Sul e do Sudeste. A massa de ar frio deve começar a ingressar no Rio Grande do Sul entre domingo e a segunda-feira, trazendo temperaturas mínimas e máximas consideravelmente menores no começo da semana após a passagem da frente fria com chuva. O ingresso do ar frio deve ser acompanhado de vento moderado com rajadas no Sul e no Leste do Rio Grande do Sul na segunda-feira. Em pontos da costa e da Lagoa dos Patos, as rajadas podem ficar perto e acima de 70 km/h quando da chegada do ar mais frio.
TEMPERATURA ABAIXO DE ZERO
A massa de ar frio vai trazer temperaturas baixas na primeira metade da semana que vem com marcas que devem cair abaixo de zero em regiões como a fronteira com o Uruguai, a Campanha, o Sul gaúcho, a Serra e Aparados, no Rio Grande do Sul, e ainda no Planalto Sul Catarinense. Os mapas a seguir trazem as projeções de temperatura para o final da madrugada dos dias 30 e 31 de julho a partir de dados do modelo meteorológico canadense em que se observa a tendência de marcas negativas.
Já faz frio no Oeste e no Sul gaúcho no começo do dia 29, mas as madrugadas mais frias no Sul do Brasil devem ser as dos dias 30 e 31, quando são esperadas marcas abaixo de zero. Em Porto Alegre e região metropolitana, o frio não deve chegar a ser muito intenso como no fim de junho e parte de julho com mínimas de um dígito. Não se espera igualmente que se repita uma sequência de tardes frias, uma vez que a influência do ar frio será de curta duração e logo ar quente retornará. O perfil seco da atmosfera, mesmo sendo não sendo uma incursão fria forte, será decisivo para mínimas menores. Por outro lado, favorecerá tardes mais amenas.
MASSA DE AR FRIO ALCANÇA O SUDESTE DO BRASIL
Uma vez que a massa de ar frio terá trajetória marítima ela terá impacto no Sudeste do Brasil com queda de temperatura nos quatro estados da região. No Centro-Oeste, por sua vez, os efeitos devem ser pequenos. Tal como no Sul, os efeitos do ar frio no Sudeste devem ser breves e logo voltará a aquecer. Na cidade de São Paulo, o ar frio chega da tarde para a noite de segunda e atua com maior intensidade na terça, dia que terá máximas baixas. O impacto será muito maior na máxima do que nas mínimas, já que não esperadas noites muito mais frias do que vem se registrando sob o ar seco dos dias atuais. Na cidade do Rio de Janeiro, queda da temperatura será mais sentida no fim da segunda e durante a terça com máximas muito menores na terça e na quarta. O ar frio na costa deve trazer vento em sua chegada que pode ser moderado com ocasionais rajadas. Haverá ainda chuva entre terça e quarta acompanhando a incursão fria.
FORMAÇÃO DE GEADA
Modelos na semana passada chegaram a indicar neve no Sul do Brasil, mas era evidente já naquele momento pela inconsistência de dados a cada rodada que não se podia firmar uma probabilidade do fenômeno invernal. Os dados hoje não apontam chance de nevar. O que se espera é a ocorrência de geada no Sul do Brasil no começo da semana que vem com possibilidade de gear nos três estados da região, mesmo com forte intensidade em alguns pontos, especialmente na Campanha gaúcha e nas áreas de maior altitude do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Não se espera geada generalizada como no último episódio frio. Esta incursão fria é de muito menor intensidade e não haverá geada, por exemplo, em Porto Alegre ou nas praias, como se viu no final de junho. Onde mais deve gear e com maior intensidade é na fronteira com o Uruguai e na Campanha.
