Vem sendo observada com preocupação a crescente incidência de problemas auditivos associados ao uso excessivo e inadequado de fones de ouvido, especialmente em pacientes jovens. O hábito de ouvir música ou outros conteúdos em volumes elevados por períodos prolongados é uma das principais causas de danos ao ouvido interno, que podem ser irreversíveis. É crucial compreender os riscos envolvidos e como podemos mitigá-los para preservar nossa saúde auditiva.
O otorrinolaringologista doutor Guilherme Galvani (CRM/SC 15642 | RQE/SC 12666) destaca alguns dos principais problemas decorrentes desse hábito:
• Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR): Um dos impactos mais comuns do uso frequente de fones de ouvido em volume alto é a PAIR. Este tipo de perda auditiva pode ocorrer gradualmente e passar despercebido no início. Os sons emitidos diretamente nos ouvidos em volumes elevados podem danificar as células ciliadas da cóclea, essenciais para a conversão de ondas sonoras em sinais elétricos enviados ao cérebro.
• Acúmulo de Cera: O uso constante de fones de ouvido, especialmente os modelos intra-auriculares, pode levar ao acúmulo excessivo de cera. Esse acúmulo pode bloquear o canal auditivo, causando desconforto, zumbido e até mesmo perda temporária de audição. Além disso, a manipulação inadequada dos fones pode causar infecções no ouvido externo.
• Tinnitus (Zumbido): Muitos usuários de fones de ouvido relatam zumbidos após exposição prolongada a sons altos. Esse sintoma pode ser temporário ou, em casos mais graves, tornar-se crônico. O tinnitus crônico pode ser bastante perturbador, afetando a qualidade de vida e a capacidade de concentração.
• Audição Supersensível: Outro problema possível é a hiperacusia, uma condição em que há uma sensibilidade aumentada a sons normais que não são percebidos como altos para outras pessoas. Isso pode ser extremamente desconfortável e interferir significativamente nas atividades diárias.
Recomendações para o Uso
Seguro de Fones de Ouvido:
• Moderação no volume: Manter o volume abaixo de 60% da capacidade máxima é uma prática segura.
• Limitar o tempo de uso: Fazer pausas frequentes, preferencialmente a cada 60 minutos de uso, para permitir que os ouvidos descansem.
• Escolher fones adequados: Preferir fones de ouvido de boa qualidade que ofereçam um bom isolamento acústico, reduzindo a necessidade de volumes muito altos.
• Atenção aos sinais de alerta: Procurar um especialista ao primeiro sinal de alteração auditiva, como dificuldade para entender conversas ou zumbido persistente.
O doutor Galvani afirma que é essencial que os usuários de fones de ouvido estejam cientes dos riscos e adotem práticas que preservem sua saúde auditiva. A conscientização e a prevenção são as melhores ferramentas para evitar problemas auditivos significativos no futuro. Se você tem alguma dúvida sobre sua saúde auditiva, o otorrinolaringologista é o profissional responsável por avaliar e tratar as perdas auditivas.
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