O presidente da Câmara de Vereadores de Timbó, vereador Carlos Adriano Krüger, popularmente conhecido como Ito (PL), procurou o JMV, ainda na sexta-feira, dia 30 de maio, para corrigir a informação sobre a aprovação, por unanimidade, das contas do ex-prefeito Jorge Krüger (PP), recomendadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), seguindo os processos legais do setor público.
O TCE é responsável por analisar as contas de cada exercício e emitir um parecer técnico, que é levado a debate e avaliação da Câmara de Vereadores, a quem cabe acatar ou rejeitar o parecer.
Levada ao plenário da Câmara de Vereadores de Timbó, no dia 27 de maio, a recomendação do TCE pela aprovação das contas do exercício de 2023 foi votada e acatada com o voto de oito vereadores, sendo rejeitada pelo atual presidente, Carlos Adriano Krüger, o Ito (PL), que exerceu mandatos no Legislativo nos oito anos do período em que Jorge Krüger administrou o município.
Questionado pelo JMV sobre sua posição contrária ao parecer do TCE, Ito esclareceu que a decisão pela aprovação ou rejeição é individual de cada vereador e pode ser baseada no aspecto político. Ito disse que sempre foi contrário ao modo de governar da gestão anterior, incluindo a aplicação dos recursos públicos, por isso “seria incoerente de minha parte aprovar as contas agora”, argumentou Ito.
Ito disse que faz questão de esclarecer que a votação não foi unânime na Câmara, pois o assunto foi amplamente divulgado pelo ex-prefeito Jorge Krüger, usando suas redes sociais e a própria imprensa para colher dividendos políticos da decisão. “Faço questão de deixar claro que a decisão não foi unânime”, ressaltou.
Ito enviou ao JMV uma Nota Oficial, formulada por sua assessoria jurídica, para esclarecer a situação. Segue a Nota na íntegra.
Nota Oficial
Cumpre informar que o Projeto de Decreto Legislativo nº 2/2025, que aprovou as contas do prefeito Jorge Augusto Krüger, referente ao ano de 2023, foi aprovado na Câmara não por unanimidade, mas sim por maioria, tendo oito votos favoráveis e um contrário, que foi o meu voto.
O julgamento das contas do gestor público, além de técnico, também é político. Com base nessa premissa, entendo que o prefeito Jorge Augusto Krüger, apesar de ter suas contas aprovadas pelo Tribunal de Contas, em sua grande maioria com ressalvas, não foi um bom gestor público, e esse posicionamento não é recente.
Por várias vezes utilizei a tribuna da Câmara para me manifestar sobre o mau uso do dinheiro público e das deficiências no serviço público municipal. Prova disso são os inúmeros problemas que a atual gestão está enfrentando no que diz respeito às obras públicas, muitas das quais foram iniciadas no governo anterior, por meio de credenciamento, o que não seria o recomendado.
Também menciono a utilização de recursos de emendas parlamentares pela gestão anterior em ações completamente diversas daquelas que estavam determinadas pelas próprias emendas.