Exportações catarinenses acumulam queda de 22,3% no primeiro bimestre
QUEDA: Dados divulgados pela Fiesc mostram redução em oito dos dez produtos mais embarcados pelas …
Thomas Erbacher
FLORIANÓPOLIS – As exportações de Santa Catarina caíram 22,3% em janeiro e fevereiro, na comparação com o primeiro bimestre de 2008. Nos dois primeiros meses deste ano, as vendas externas do estado ficaram em US$ 889,3 milhões, contra os US$ 1,14 bilhão registrados no mesmo período do ano passado. Os dados, divulgados pela Federação das Indústrias (Fiesc), mostram que a queda atingiu oito dos 10 grupos de produtos mais exportados pelo Estado.
Para o primeiro vice-presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, este resultado é impacto direto da retração no consumo nos países desenvolvidos, que são os principais mercados de Santa Catarina. "O primeiro semestre no Brasil será de dificuldades, refletindo esse cenário internacional preocupante e também a queda expressiva dos investimentos no final de 2008, mas mesmo assim devemos fechar o ano com algum crescimento", disse.
Para que isso ocorra, destaca, é fundamental que o governo disponibilize mais linhas de crédito para a exportação, para substituir as linhas externas que eram disponibilizadas às empresas brasileiras e foram praticamente interrompidas. "É importante que governo tome essa e outras medidas, como a desoneração dos investimentos, a redução da taxa de juros e dos encargos sobre a folha de pagamento, para dar mais competitividades às empresas e ajudar na recuperação do setor produtivo nesse momento de crise", afirmou.
Os embarques de carnes e miudezas de frango caíram 19,2% no bimestre, para US$ 200,9 milhões. Em sentido contrário, as preparações industrializadas de frango cresceram 6,8% nas exportações, para US$ 45 milhões. Somados, os dois grupos de produtos representam 27,6% das exportações catarinenses.
Entre os dez produtos mais exportados, o único produto com crescimento significativo o fumo, que passou de US$ 67,4 milhões no primeiro bimestre de 2008 para US$ 96,3 milhões este ano, uma alta de 42,8%. Os demais produtos da lista registraram retração: motores e geradores elétricos (-1,8%), motocompressores herméticos (-23,3%), suínos (-22%), móveis (-30,8%), blocos de cilindros e cabeçotes para motores diesel (-49,4%), produtos cerâmicos (-32%), papel cartão "kraftliner" (-27,5%).
Apesar da queda de 33,7%, os Estados Unidos continuam como o principal comprador de Santa Catarina, com US$ 107 milhões no bimestre. Na seqüência, ficaram a Holanda (alta de 2,7%), Argentina (redução de 29,6%), Alemanha (-7%) e Hong Kong (+43,5%).
Nas importações, o estado também registrou redução no acumulado de janeiro e fevereiro, porém menor que nas exportações. As compras internacionais somaram US$ 1,13 bilhão, 7,5% a menos que no mesmo período do ano passado. Na pauta das importações, o destaque foram os laminados de ferro e aço, que cresceram 572,9% em relação a 2008 e fecharam o bimestre como os produtos mais comprados, com US$ 72,3 milhões. Em seguida, vieram insumos para a indústria como catodos de cobre, polímeros de etileno, polietilenos e cloretos de potássio.
A China continua sendo o principal fornecedor externo de Santa Catarina, com vendas de US$ 278,3 milhões para o estado, uma alta de 6,8% sobre o primeiro bimestre de 2008. A Argentina ficou em segundo lugar nas importações, com US$ 138,8 milhões, seguida pelo Chile (US$ 105,1 milhões), Estados Unidos (US$ 101,3 milhões) e Alemanha (US$ 49,1 milhões).
Com a forte queda nas exportações, o déficit na balança comercial catarinense aprofundou-se. No primeiro bimestre deste ano, o saldo entre as exportações e as importações de Santa Catarina ficou negativo em US$ 239,4 milhões, enquanto no mesmo período de 2008 o déficit foi de US$ 76,4 milhões.