Exportações catarinenses caem 21,5% nos primeiros meses de 2009
Santa Catarina registrou queda de 21,5% nas exportações de produtos industrializados no primeiro q …
Geraldino José Ochner
FLORIANÓPOLIS – Santa Catarina registrou queda de 21,5% nas exportações de produtos industrializados no primeiro quadrimestre do ano. No mesmo período do ano passado, o setor teve crescimento de 16%. A queda nas vendas é atribuída à crise mundial que, segundo a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), impôs uma uma maior redução no consumo de produtos manufaturados e semimanufaturados em relação às commodities.
Para o primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Glauco José Côrte, embora no primeiro quadrimestre a queda já seja expressiva, de 21,5%, deve haver recuperação a partir do segundo semestre. “Será um ano difícil, mas a expectativa é de uma queda de 10% no final do ano. Não trabalho com uma queda maior face os destinos diversificados das exportações catarinenses e à qualidade de seus produtos. Entretanto, o dólar é um fator muito importante. Se continuar caindo como está, pode modificar este quadro de projeção”, avalia.
Cerâmicas e têxteis sofrem forte impacto
A indústria cerâmica já registra queda nas exportações desde 2008, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Cerâmicas da Região Sul (Sindiceram), Otmar Müller. A redução nas vendas foi verificada principalmente para os Estados Unidos, que enfrenta problemas no setor da construção civil.
“Os EUA eram destino de 70% das exportações de cerâmicas. Tivemos que combater a recessão com ampliação do mercado interno, que cresceu 12%. Mesmo assim, a produção caiu 11% no primeiro trimestre deste ano em relação a 2008”, diz.
As exportações de revestimentos cerâmicos caíram 34% no primeiro trimestre de 2009 em relação a igual período do ano passado, enquanto as vendas do mercado interno aumentaram 6%.
“Mas nossa queda vem desde o ano passado. Em 2008, foram 19,3 milhões de metros quadrados exportados, contra 24 milhões de metros quadrados em 2007, ou seja, retração de 20%”, destaca Müller. O presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Blumenau e Região (Sintex), Ulrich Kuhn, ressalta que a retração nas vendas externas de manufaturados deve chegar a 40% este ano, projeção pior do que a feita pela Fiesp.
“No setor têxtil geral, que inclui matéria-prima, o recuo não será tão acentuado, mas sim nos manufaturados. O setor têxtil geral teve queda de 10% no primeiro trimestre e retração de 25% nos manufaturados. E eu não vejo recuperação no curto prazo. Antes ainda existia um câmbio justo, agora há desvalorização do dólar”, conclui.