Projeção para inflação oficial em 2009 cai pela terceira semana seguida
A projeção de analistas do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) …
Cleiton Baumann
BRASÍLIA (Agência Brasil) – A projeção de analistas do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano caiu pela terceira semana seguida, segundo o boletim Focus, publicação divulgada pelo Banco Central (BC). A estimativa passou de 4,40% para 4,37%. Em 2010, os analistas esperam que o índice chegue a 4,32%. A estimativa anterior, em queda há quatro semanas, era de 4,30%.
O IPCA é o índice escolhido pelo governo para a meta de inflação, que tem como centro 4,5% e margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. A meta é válida para este ano e 2010. O BC usa a taxa básica de juros, a Selic, para controlar a inflação e assim perseguir a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. Neste ano, a Selic teve queda de 5 pontos percentuais e, na avaliação dos analistas, não deve haver mais reduções. Atualmente, a taxa básica está em 8,75% ao ano. Em 2010, a expectativa é que a Selic suba e encerre o período em 9,25% ao ano, a mesma projeção há três semanas.
A projeção para o Índice de Preço ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) neste ano foi mantida em 4,11%. As estimativas para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) e para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) são de deflação neste ano: 0,31% e 0,63%, respectivamente. As estimativas da semana anterior para os dois índices eram de deflação de 0,18% e 0,23%. Em 2010, a expectativa é de alta de 4,5% para o IPC-Fipe, IGP-DI e IGP-M.
A projeção para os preços administrados caiu de 4,30% para 4,25% em 2009 e permaneceu em 3,5% em 2010. Os preços administrados referem-se aos valores cobrados por serviços monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, medicamentos, água, educação, saneamento e transporte urbano coletivo, entre outros).
Melhora expectativa para PIB
Analistas do mercado financeiro esperam um crescimento maior da economia em 2010. A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, passou de 3,60% para 3,80%. A projeção consta do boletim Focus. Para este ano, foi feito um pequeno ajuste na projeção de queda do PIB, que passou de 0,35% para 0,34%.
No caso da produção industrial, a estimativa de crescimento em 2010 foi mantida em 5%. Para este ano, a previsão de queda passou de 7,31% para 7,18%. Na avaliação dos analistas, a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB deve chegar a 41,50% ao final deste ano. A estimativa anterior era de 42%. Para 2010, a projeção foi ajustada de 40% para 40,15%.
O dólar deve valer R$ 1,85 ao final de 2009 e do próximo ano, contra R$ 1,90 previsto anteriormente para os dois períodos. A projeção para o superavit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) neste ano foi mantida em US$ 23 bilhões. Também em 2010, a expectativa foi mantida em US$ 18 bilhões. Para o deficit em transações correntes (registro das compras e vendas de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior), foram mantidas as expectativas de US$ 15 bilhões neste ano e de US$ 22 bilhões em 2010.
A estimativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) foi mantida em US$ 25 bilhões neste ano e ajustada de US$ 27,55 bilhões para US$ 30 bilhões, em 2010.