Queda de preços e aumento de salários estimulam vendas nos supermercados
Os brasileiros estão gastando mais em supermercados e, na hora de encher o carrinho de compras …
Cleiton Baumann
SÃO PAULO (Agência Brasil) – Os brasileiros estão gastando mais em supermercados e, na hora de encher o carrinho de compras, a escolha não se restringe aos alimentos da cesta básica – estão incluídos também produtos que indicam maior preocupação com bem-estar e conforto dentro de casa.
É o que apontam pesquisas e análises sobre o comportamento dos consumidores e levantamentos que revelam crescimento de 2,12% nas vendas em nível nacional no primeiro trimestre deste ano. Só no estado de São Paulo, o crescimento nas vendas dos supermercados nesse período foi de 5,36%.
O Grupo Pão de Açúcar, uma das maiores redes do varejo do setor, por exemplo, encerrou o trimestre com lucro líquido de R$ 94,9 milhões, com alta de 27,3% sobre igual período do ano passado. De janeiro a março, em todas as lojas da rede, as vendas cresceram 6%. Outro exemplo do aquecimento é o resultado obtido pelo Carrefour. Nota divulgada pelo grupo empresarial informa que, em 2008, o Carrefour liderou o ranking das 20 maiores redes de supermercados que operam no país. O grupo teve aumento de 16,7% no faturamento bruto, que foi de R$ 22,4 bilhões. Os investimentos previstos para 2009 e 2010 somam R$ 2 bilhões.
O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumo Honda, disse que o setor tem-se beneficiado da crise financeira internacional. Ele ressaltou que, antes mesmo desse ciclo, os supermercados vinham apresentando bom desempenho, tendo crescido 9% nos meses de janeiro, fevereiro e março do ano passado.
Segundo ele, outro fator que contribuiu para o aumento das vendas foi a redução na oferta de crédito. Honda observou que houve uma migração do consumo de bens duráveis e mais caros para produtos de consumo mais imediato e barato, caso dos itens comercializados nos supermercados.
A LatinPanel, que acompanha o consumo na América latina, indica que, no primeiro trimestre deste ano, as famílias brasileiras aumentaram em 9% o volume de compras de cestas de alimentos, bebidas e produtos de higiene pessoal e de limpeza. Moreira, no entanto, salientou que os itens mais caros têm sido substituídos por mercadorias mais em conta. Dados do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que o valor do salário mínimo subiu de R$ 300, em 2005, para R$ 465 neste ano.