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sexta-feira, 26 de julho de 2024

Alimentos que fazem bem à Saúde

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Alimentos que fazem bem à Saúde

Foto: Foto: Divulgação

“Falar sobre alimentos bons e ruins para o aparelho digestivo, para o nosso corpo, é algo muito em voga na atualidade. Inclusive, deu oportunidade para a criação de uma especialidade médica e ampliou o espaço dos nutricionistas”. As colocações são do médico gastroenterologista, Edmar Tafner (CRM/SC: 5.244) que atua em Timbó junto à Policlínica e no Censit.

Em entrevista o profissional destaca que “o que sempre se diz ainda funciona – certo é comer de tudo, mas sempre pouco e com moderação”.

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Mas, ao ser questionado sobre qual o alimento certo para os diversos órgãos do aparelho digestivo, Tafner destaca que “a resposta é óbvia – você precisa comer muitas fibras, basicamente frutas e verduras, evitar gorduras e frituras, beber uma quantidade razoável de água, água mesmo, por dia. Na verdade, este tipo de conduta alimentar favorece todos os órgãos do corpo e é prescrita por cardiologista para combater o colesterol, pelos endocrinologista para a obesidade. É o tipo de dieta que a grande maioria dos médicos orienta. Então vou enfocar mais os alimentos que podem prejudicar nosso aparelho digestivo, segmentando o mesmo para ser mais específico”.

O médico explica que “quando pensamos na boca, logo vem a mente doenças como escorbuto, beribéri, entre outras, causadas por deficiências alimentares. A primeira principalmente por falta de vitamina C e a segunda por falta de tiamina. O escorbuto, inclusive, foi a causa de morte de marinheiros no século XVIII (18), pois só se alimentavam de arroz e peixe. Por sorte, com a descoberta de que se tratavada falta de vitamina C, hoje é bem menos comum. A falta da tiamina, encontrada em grãos, nozes, cereais e carne, leva à beribéri, doença associada à carência alimentar e ao alcoolismo. E não se pode esquecer da famigerada cárie, onde o açúcar está associado”.

O profissional observa ainda que “quando pensamos no esôfago é necessário lembrar dos agentes, que além do álcool e do cigarro, como o calor e o nitrito, contribuem na gênese de câncer. Inclusive o sul do Brasil tem o maior número de casos de câncer do esôfago, e isto parece ter relação ao uso do chimarrão e do churrasco feito no carvão e sal. Contudo, repetindo o que já foi dito, o álcool e o cigarro são os maiores inimigos. O esôfago também tem outra doença cada vez mais relatada que é a esofagite eosinofílica, relacionada, principalmente na infância, com a ingesta de leite, ovos, soja, trigo, amendoim e frutos do mar. A esofagite de refluxo relacionada, em parte, ao uso de bebidas fermentadas, doces e café. Úlceras que surgem após o uso de remédios e aqui o principal fator é a ingesta destes com pouca água”.

Em se tratando do estômago, relata Tafner “o Japão, no passado, relacionava seu alto número de casos de câncer ao sal, já que nas embarcações os pescadores conservavam os peixes no mesmo. O surgimento da geladeira afastou este agente. Hoje se sabe que a relação maior se faz com o cigarro, com o álcool e o Helicobacter pylori, que deve responder por quase 60% dos casos de um tipo de câncer gástrico. Para o lado bom, há alguns trabalhos mencionando o brócolis como um protetor para o câncer gástrico”.

O profissional a destaca ainda que “pensando no fígado, na vesícula, os maiores agressores são o álcool e as gorduras. Muito se fala na esteatose hepática, comum até nos laudos da ultrassonografia, que consiste na infiltração gordurosa do tecido hepático. Quando instalada e dependendo da severidade, a esteatose altera o metabolismo da glicose, da insulina, causando a pré- -diabetes e a doença metabólica. Depois da descoberta dos medicamentos para o tratamento da hepatite C, da hepatite B, a esteatose tem sido uma doença cada vez mais frequente entre os pacientes ao transplante hepático, pois a esteatose pode progredir para a esteatohepatite e cirrose”.

Para o intestino delgado e grosso, o profissional comenta que “todos sabem do valor das fibras presentes nas frutas e verduras (quem nunca ouviu que precisa comer mamão e ameixas para melhorar o funcionamento intestinal) e dos cereais. O leite, tão abordado na atualidade, pode sim ser causa de flatulência, dor, diarreias, e um dos fatores é a perda gradual que ocorre em nosso organismo da capacidade de digerir a lactose”.

O especialista relata que “a intolerância ao glúten, presente nos derivados de trigo, causando déficit de desenvolvimento nas crianças, diarreias, dores e se não evitado quando se é intolerante pode levar a tumores, como linfomas. Por sorte, nos nossos dias, vários alimentos facilitam a vida dos pacientes celíacos. Pode -se acrescentar que existem estudos, discutíveis, que relacionam a ingesta excessiva de carnes vermelhas ao câncer do intestino. E não podemos esquecer da associação das pimentas com as doenças orificiais”.

Então, afirma o profissional, “a vida saudável está relaciona ao que se comentou no início, uma alimentação baseada em frutas verduras, legumes, carnes magras e principalmente brancas, menos uso de alimentos processados, ao uso de alimentos integrais e à ingesta de água. As gorduras e as frituras podem ser consumidos, pouco e nunca devem ser o principal alimento. Algo que sempre comento com meus pacientes, para deixarem estes excessos para os eventos e finais de semana e na rotina seguir a cartilha. Saúde, vida longa, depende da mudança de hábitos e comer certo é essencial”.

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