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sexta-feira, 26 de julho de 2024

Amantes da poesia lembram aniversário de Lindolf Bell

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Amantes da poesia lembram aniversário de Lindolf Bell
MBÓ – O poeta timboense Lindolf Bell, nasceu no dia 2 de novembro de 1938. …

CLARICE GRAUPE DARONCO/JMV

Foto: DIVULGAÇÃO

CLARICE GRAUPE DARONCO/JMV
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TIMBÓ – O poeta timboense Lindolf Bell, nasceu no dia 2 de novembro de 1938. Segundo as profissionais da Casa do Poeta Lindolf Bell, e que cuidam com apreço do legado deixado pelo poeta, relatam que em função do seu aniversário ser no dia de finados, ele não costumava comemorá-lo. Bell faria hoje 74 anos, mas veio a falecer em 10 de dezembro de 1998. Antes de ir embora levou a poesia aonde ela pudesse inquietar e encantar.
As profissionais, amantes da cultura, amigos e familiares afirmam que foi de seus pais que herdou a clareza dos poemas, os quais mesmo sendo produzidos na urbanidade, conservaram elementos da vida agrária. Os pais do poeta eram lavradores, porém, com um grande sentimento e conhecimento de mundo, o que definitivamente ficou enraizado em sua vida e obras. Ao ser líder do Movimento Catequese Poética, o qual permitiu a milhares de pessoas o acesso à poesia e à arte, Lindolf Bell foi reconhecido nacionalmente e internacionalmente. Era um homem que abrigava o mundo no coração, que amava os girassóis, que via tudo como missão, encarando a palavra como uma dádiva e fazendo dela um instrumento de comunhão e solidariedade. “Lindolf Bell é atualmente o maior, o mais constante e importante nome da poesia catarinense, assim levantou-se a bandeira ‘como uma palavra tribal’ em prol de sua memória, transformando seu sonho em realidade, buscando cada vez mais fazer com que o lugar do poema deve ser onde possa inquietar”, lembram as profissionais da Casa do Poeta ao mencionar uma frase do próprio poeta.
Bell casou-se com Elke Hering (reconhecida artista plástica), com a qual teve três filhos: Pedro, Rafaela e Eduardo Bell.  Após difundir seu movimento pelo Brasil e exterior, fixou moradia na cidade de Blumenau, onde, juntamente com a esposa Elke Hering e os amigos Péricles e Arminda Prade, criou a Galeria Açu-Açu (primeira do Estado de Santa Catarina). Além destas atividades, Bell também foi contador, professor, crítico de artes, conselheiro estadual da cultura do Estado de Santa Catarina e marchand (promotor de eventos relacionados à arte). “Foi um nome ligado à invenção lógica, à ousadia, à uma capacidade mágica. Seguindo seus impulsos rompeu as amarras que prendiam a poesia, tornando e exigindo o contato direto com o leitor. Bell também difundiu suas ideias através de painéis-poemas, corpoemas”, observa uma das funcionárias, Joceli Padilha, que atuam junto ao Centro de Memória Lindolf Bell, na Casa do Poeta ao frisar ,que todos os seus amigos e familiares afirmam: “Bell amava a terra e tudo o que dela advinha. Mergulhando no drama da humanidade; a sua poesia mantinha-se vibrante. Tratava sempre da vida, da terra, da infância, do destino, da solidão, do efêmero, do transcedente, do sonho e da esperança”.

 

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Sua obra conta com poemas
como este:


Legado
Deixarei por herança
não o poema
mas o corpo no poema
aberto aos quatro ventos

Pois todo poema
é verde e maduro,
em areia movediça
de angustia, e solidão
Onde me debato
ainda que finja o contrário
em busca da verdade
e seu chão

Deixarei por herança
não o poema
Mas o corpo repartido
na viagem inconclusa

Pois todo poema maduro
é um verde poema
E, mesmo acabado,
se estriba na inconclusão
Claro, sem esquecer,
O estratagema da paixão

 

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