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terça-feira, 22 de outubro de 2024

Hospital Oase encontra-se na UTI

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Hospital Oase encontra-se na UTI
Falta de recursos será o responsável pelo ponto final na história de 73 anos da entidade junto à …

CLARICE DARONCO/JMV

Foto: ARQUIVO/JMV

TIMBÓ – A falta de vontade política dos governos municipais, estadual e federal no que se refere ao auxiliar na manutenção dos hospitais vai fazer com que a história do Hospital e Maternidade Oase junto à comunidade regional chegue ao fim. Segundo o diretor presidente da entidade, Adalberto Roeder, o Hospital e Maternidade Oase está na UTI. “Pela primeira vez, nestes 73 anos de história, que o Hospital não tem recursos para saldar a folha de pagamento de seus servidores”, afirma Roeder ao destacar que a direção do hospital buscou de todas as formas possíveis, encontrar alguém, ou algum órgão que pudesse ser co-responsável visando auxiliar na manutenção dos serviços essenciais do Hospital.
“Em todas as reuniões realizadas nestes últimos anos, chegou-se a conclusão que os responsáveis em auxiliar o Hospital eram os gestores públicos”, observa o diretor presidente do Hospital e Maternidade Oase ao frisar que na metade de 2010 foi realizada uma reunião onde ficou acordado que os cinco municípios, atendidos pelo Hospital, iriam repassar por meio de um convênio, o valor de R$ 417,6 mil ao Hospital e Maternidade Oase, durante um ano. A concessão do auxílio financeiro tinha o objetivo de manter as atividades, principalmente as internações feitas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Na época, observa Roeder, foi informado aos prefeitos que o dinheiro repassado pelo SUS não cobria as despesas geradas pelas internações, o que ameaçava o fechamento da unidade de saúde. “Após a reunião os municípios de Timbó e Benedito Novo repassaram os valores devidos em uma única parcela, no mês de agosto e Doutor Pedrinho repassou apenas a metade em duas parcelas. Já os demais municípios, Rodeio e Rio dos Cedros ainda não cumpriram com o acordo feito, alegando que é necessária a aprovação da Câmara de Vereadores”, ressalta o diretor presidente do Hospital ao comentar que em contrapartida, o hospital estava realizando o plano de recuperação financeira para apresentar aos parceiros do convênio.
Roeder informa que a média de déficit mensal do Hospital em 2010, era de R$ 80 mil/mês. “Mas em dezembro de 2010 e janeiro de 2011 o déficit aumentou para R$ 120 mil/mês”, explica o diretor presidente ao comentar que esse aumento vem em consequência ao impasse nos atendimentos de Sobreaviso pelos médicos que atuam no Hospital e Maternidade Oase, com as prefeituras. “No final de dezembro os atendimentos de sobreaviso, que na verdade não davam nenhum retorno direto ao Hospital, mas sim indireto com as internações, passou a ser encaminhada ao Hospital Beatriz Ramos de Indaial, e até o momento não se tem nenhuma definição se o Sobreaviso retornará ou não para o Hospital Oase.
Questionado sobre a busca de auxílio junto ao governo do Estado, Roeder afirma que foram encaminhados, através da 35º Secretaria de Desenvolvimento Regional – SDR de Timbó, entre três a quatro projetos, que envolviam desde a construção de um centro cirúrgico, reforma das instalações e aquisição de equipamentos. “Esses projetos estavam aprovados e dependia do governo liberar os recursos, mas em função da transição de governo, após as eleições, não foram liberados os valores e agora no início do ano, acreditamos que o governo Raimundo Colombo ainda não está por dentro da situação”, explica o diretor presidente ao adiantar que está sendo cogitado unir os cinco prefeitos afetados com o fechamento do Hospital e buscar uma audiência com o novo secretário de Estado da Saúde.
“Temos várias ações em andamento, mas sabemos que demandará de tempo e a nossa necessidade é imediata”, frisa Roeder ao lembrar que o Hospital já tem um saldo de empréstimo feito com pessoas físicas e com a Caixa Econômica Federal na ordem de R$ 700 mil. “No final de 2010 tivemos que buscar um empréstimo na Caixa Econômica para cobrir as despesas do 13º e parte das férias dos funcionários da entidade, sendo que esse valor, que foi equacionado em parcelas, está sendo devolvido mensalmente, com desconto direto dos valores repassados pelo SUS ao Hospital”, explica o diretor presidente.
Roeder acredita que se nenhuma solução aparecer nos próximos dias, o Hospital terá que fechar suas portas e encerrar a sua história junto à comunidade regional. No dia 28 de março acontecerá à assembléia geral da Oaset – entidade responsável pela criação do Hospital – onde será deliberado sobre diversos assuntos, entre eles a decisão de fechamento da entidade.

 

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Comunidade se une para manter Hospital Oase

TIMBÓ – Diversas reuniões estão sendo realizadas por amplos setores da comunidade, visando a preservação do Hospital e Maternidade Oase, a mais antiga instituição da região de Timbó. Representantes da diretoria do Oase, corpo clínico, prefeituras, Ministério Público e entidades de classe estão buscando soluções para que o Hospital Oase tenha receitas suficientes para bancar suas despesas mensais. Atualmente, o déficit mensal da entidade supera a cifra de R$ 100 mil e, caso não haja uma solução urgente,  corre o risco de fechar suas portas.
Na semana passada, o prefeito Laércio Schuster Júnior anunciou sua intenção de colaborar para que o Oase seja salvo do fechamento. “Vou me empenhar no que for possível para que o Hospital continue prestando os relevantes serviços que sempre manteve na comunidade”, disse o prefeito, acrescentando que “o Hospital está acima de qualquer questão política”. O prefeito elogiou as demais partes envolvidas no processo de “salvamento” do Oase, afirmando que “só a união de esforços poderá garantir uma solução definitiva para a situação.
Esta semana, a prefeitura encaminhou pedido para a bancada do PP, na Assembleia Legislativa, no sentido de que seja marcada uma audiência de emergência entre as partes envolvidas na questão do Oase e o governador Raimundo Colombo (DEM). Na campanha eleitoral, Colombo frisou que parcerias com hospitais filantrópicos como o Oase teriam uma atenção especial de seu governo.
Nas reuniões realizadas até o momento, concluiu-se que a solução do Oase passa pela união de esforços entre os municípios da região, sociedade organizada e o próprio Governo do Estado. Apenas uma das partes não tem condições de arcar com todos os custos sozinho, mas se todos participarem com uma fatia, os desembolsos serão menores para todos. Finalizando, o prefeito disse que não ficará tranquilo enquanto não se chegar a uma solução, “pois são vidas que estão em jogo nessa questão”, concluiu.
O empresário Osvaldo Trisotto, que assumiu voluntariamente a coordenação das reuniões pró-salvação do Oase, disse que está crescendo na comunidade a consciência de que algo urgente precisa ser feito para ajudar o Hospital Oase. “Logo que chegarmos a uma solução para o impasse financeiro, vou sugerir que se faça uma gestão profissional para que o Oase seja viável financeiramente, sem prejudicar os interesses das pessoas mais necessitadas”, disse. “Temos que encarar a questão do Oase com otimismo, pois existe solução e só depende de ações concretas para que se chegue a um final feliz”, finalizou Trisotto.

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