Ladehoff anuncia sua desfiliação ao PMDB de Timbó.
Waldir Ladehoff, anunciou na tarde de ontem, dia 31 de julho, sua desfiliação ao partido para apoi …
Thomas Erbacher
TIMBÓ ? O ex-prefeito e ex-presidente do Diretório do PMDB de Timbó, Waldir Ladehoff, anunciou na tarde de ontem, dia 31 de julho, sua desfiliação ao partido para apoiar a candidatura a prefeita de Lúcia Gorges (Democratas). O anúncio foi registrado no Fórum da comarca e será distribuído aos demais membros do diretório peemedebista na cidade.
A decisão de Ladehoff encerra a polêmica em relação a sua posição política para as futuras eleições municipais de outubro, pois já era de conhecimento geral o seu descontentamento com os rumos do partido nas eleições deste ano. Na carta abaixo, intitulada ?Carta aos Timboenses?, Waldir explica com mais detalhes a sua decisão:
CARTA AOS TIMBOENSES
?Visando esclarecer a comunidade timboense sobre a minha atual posição política, esclareço que me desfiliei do PMDB ? Partido do Movimento Democrático Brasileiro, apenas por problemas e divergências de ordem administrativa e ética em relação ao atual Governo, nada pessoal contra quem quer que seja, embora algumas pessoas tenham levantado comentários desrespeitosos e mentirosos contra mim, contra minha família e contra as pessoas que nos apóiam.
O governo e as pessoas que nos auxiliaram e apoiaram nas últimas eleições afirmavam a importância da continuidade da linha de atuação e de conduta do governo, da preocupação com o coletivo e com as ações voltadas às pessoas com profissionalismo, como se fosse uma empresa buscando resultados e a satisfação das pessoas. Essa linha de atuação de governo, da qual o atual Prefeito compartilhava como Secretário, nos levou à reeleição e a fazer o sucessor. Mudanças devem sim ser implementadas, desde que tragam melhores resultados. Se isso tivesse acontecido, não estaríamos aqui discutindo a candidatura, esta seria natural.
Contudo, o Governo afastou-se da linha de atuação preconizada em todas as reuniões, encontros e comícios, qual seja, de que os serviços permanentes, aqueles feitos todos os dias, devem ser executados pelo próprio município, tendo em vista a redução de custos e a existência de maquinário disponível para eventual necessidade, além de valorizar a ótima equipe de funcionários. A eficiência de tal linha de atuação ficou demonstrada em diversas oportunidades, como, por exemplo, o trator esteira adquirido em 1997, cujo custo foi pago em menos de um ano e meio.
Veio a proposta da terceirização. Terceirizaram-se escavações, remoções, reaterros, compactações e macadamizações para as pavimentações asfálticas a um custo extraordinário, mesmo com boa parte da frota ainda disponível. Estranhamente, tomou-se outro rumo, e pior, sem que fosse renovada a frota, ou seja, não foram adquiridos caminhões e máquinas, causando um prejuízo considerável ao município.
Comprometeu-se a credibilidade reconquistada a duras penas com uma dívida considerável no final de 2007, equacionada, em parte, pela generosidade do Governador do Estado. Embora o assunto tenha sido omitido a todo custo, tratou-se, em realidade, de dinheiro bom utilizado para tampar buracos da dívida existente.
A deficiência no atendimento em algumas áreas, principalmente na saúde, além dos compromissos assumidos e não cumpridos junto à comunidade ? campo do MEC (Mulde Esporte Clube), Tifa Ordina (abertura do novo traçado) e ponte sobre o rio Benedito (não executada) -, fizeram com que se perdesse a confiança no atual Governo. As manifestações das pessoas, de vários segmentos da sociedade, no sentido de que deveria repensar a minha posição de não ser candidato a prefeito, pelo risco de perder as eleições, deixaram-me preocupado e, então, sugeri que fossem buscadas melhores informações através de pesquisas. As pesquisas confirmaram ditas preocupações, ocasião em que coloquei meu nome à disposição, caso não houvesse outro candidato.
Mantida a candidatura do atual prefeito à reeleição, várias pessoas do partido voltaram a me cobrar uma atitude, sugerindo a consulta interna, que acabou se transformando em um cenário de ameaças e perseguições, com propostas, no mínimo, estranhas. Empresários não filiados ao PMDB, estranhos ao partido, dando as cartas, quando a intenção das pessoas era apenas lançar o candidato com melhores condições de êxito, o que seria normal se o objetivo fosse manter o governo para servir e não se manter no poder pelo poder.
Com essas ações e atitudes, fui tratado como se fosse um inimigo, um opositor do Governo, o que me levou ao afastamento do processo eleitoral, posição esta que sempre deixei clara. Seguiram-se, todavia, ameaças de expulsão de algumas lideranças do partido como estratégia de campanha eleitoral, fato que consideramos um desrespeito para com quem ajudou a reconstruir a imagem do partido em Timbó. Pude compreender e ter convicção de que não poderia me omitir, fechar os olhos para a situação existente, e que mais um mandato nessa linha de atuação de governo levaria o município a perder a credibilidade, reconquistada com muito trabalho e seriedade, principalmente por todos os servidores. Timbó não pode mais passar por isso.
Sendo assim, por confiar e acreditar, passo a apoiar a candidatura da Lúcia e do Longino, pelo trabalho que ela desenvolveu quando esteve à frente da secretaria da educação no nosso primeiro mandato e também pelo trabalho que desenvolveu como vereadora, sempre com uma postura coerente e firme, e, com relação ao Longino, passo a ter uma postura de lealdade, pois, lá no início de 1997, na ocasião do meu primeiro mandato de Prefeito, mesmo sendo vereador eleito pela oposição ? pelo então PFL ? passou, junto com o vereador Jurandir Campregher, a integrar o governo, nos dando maioria na Câmara de Vereadores e possibilitando, por conseqüência, fazer todas as reformas tributárias, administrativas e previdenciárias, para que Timbó pudesse dar um salto de qualidade e desenvolvimento. Quero agradecer, de coração, aos timboenses, a todos os que estiveram comigo, em especial à grande maioria do PMDB, pela ajuda, lealdade e apoio que sempre me dispensaram. E pedir a Deus para que nos dê sabedoria, coragem e compreensão para tomarmos decisões a favor da grande maioria, para sermos mais justos?.
Timbó, 31 de julho de 2008
WALDIR LADEHOFF