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sexta-feira, 26 de julho de 2024

Pais de menino atropelado concedem entrevista

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Perder alguém que se ama é muito difícil, agora imagine perder um filho de uma maneira trágica. Pois foi isso que aconteceu com um casal morador de Timbó, Matheus e Taynã Costa que são pais de Tauã de Araujo Costa Cernadas, que morreu vítima de um atropelamento aos seis anos.

O fatídico acidente aconteceu no dia 7 de março deste ano, na rua Benjamin Constant, bairro Imigrantes, em Timbó. Após quase dois meses do acidente, o casal contou detalhes acerca do dia da ocorrência, bem como o andamento das investigações.

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Matheus contou que aquela quinta-feira, 7 de março, era um dia comum como os outros, as crianças foram para a escola, os pais foram trabalhar, ambos trabalham na área da Saúde. As crianças chegavam em casa da escola no final da tarde, por volta das 18h20min.

Porém naquele dia algo chamou atenção, um engarrafamento na frente do prédio deles sinalizava que um acidente havia ocorrido. De imediato eles pensaram que as crianças iriam atrasar, mas jamais imaginavam que seus filhos eram as vítimas daquele acidente. Da varanda do prédio, Matheus narrou todo o acontecimento para a esposa, ele não identificou as vítimas, mas pela experiência sabia que era grave. Minutos depois o casal recebeu uma ligação do hospital da cidade, informando o que tinha acontecido.

Tauã e sua irmã, que hoje está com 12 anos, voltavam da escola e foram deixados do lado oposto da entrada do prédio pela van escolar. Ao tentar atravessar a rua, foram atropelados e projetados na via. “Entregávamos nossos filhos na porta e a obrigação era receber eles na porta de casa. Eu descobri que minha filha chegou a vir de pé na van escolar. Eu pagava por um serviço de qualidade e com segurança”, destaca Matheus.

Buscando obter respostas, a família informou à redação do Jornal do Médio Vale que haviam firmado um contrato com essa empresa no início do ano. “O proprietário nos encaminhou o contrato e agendamos por duas vezes um horário para a assinatura do contrato, porém o dono não apareceu”, falou Matheus.

Investigação

Após quase dois meses do atropelamento, Matheus, o dono da van escolar, o motorista do carro e os policiais que atenderam a ocorrência prestaram depoimentos na delegacia. Matheus diz que aguarda um andamento, e pede mais transparência por parte da Polícia Civil acerca do decorrer da investigação. “O que a gente sabe apenas é que foram colhidos os depoimentos, nós gostaríamos de uma possível responsabilização no caso da van por exemplo. A gente sabe que teve o atropelamento, mas na nossa visão houve o abandono de incapaz, pois as crianças foram deixadas na rua sem nenhum adulto, uma vez que o contrato firmado com a empresa era de fato que tivesse a presença de um adulto para que as crianças fossem entregues e isso não aconteceu e por conta disso nós perdemos nosso filho”, destaca Matheus.

Mudanças na Legislação

Infelizmente uma tragédia precisou acontecer para que um olhar crítico seja feito com relação aos serviços prestados pelas vans escolares.

Ao final da entrevista Matheus deixou uma importante mensagem: “A gente precisa ter mais fiscalização, leis mais duras, é necessário a obrigação da presença de monitores e que se tenha uma maior responsabilização. Que nenhum pai, nenhuma mãe, nenhuma criança passe por isso. O que mais queremos hoje é uma maior transparência para ter acesso às informações do nosso inquérito, transparência de poder responsabilizar quem de fato é responsável por cada coisa, pois a nossa parte a gente faz, estamos cooperando, e essa dor que estamos sentindo hoje é impossível mensurar e explicar, ninguém merece passar por isso”, expressou Matheus Costa, pai de Tauã.

O que diz a Polícia Civil

A equipe de redação do Jornal do Médio Vale (JMV) entrou em contato na tarde de segunda-feira, 29 de abril, com o delegado encarregado do caso, Ismael Marmitt, a fim de obter informações sobre o progresso do inquérito policial. O delegado comunicou que estava aguardando a conclusão de uma diligência, mas que estava prestes a entrar em um período de férias de 10 dias.

Ele esclareceu que solicitou uma prorrogação para concluir a investigação e estava aguardando uma diligência para determinar se o Instituto Geral de Perícias poderia, com base nas imagens disponíveis, estimar a velocidade aproximada do veículo envolvido no incidente. “Eu retornarei após 10 dias, que é o tempo necessário para concluir o inquérito”, enfatizou Marmitt.

Quanto à possibilidade de responsabilização, o delegado foi enfático: “Não farei análises dos elementos até que a investigação esteja completa. Somente então apresentarei e formalizarei minha opinião, decidindo sobre o indiciamento ou não”.

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