Polêmica sobre o lixo reciclável
Presidente do Samae de Pomerode se manifesta sobre denúncias contra a autarquia …

Bruna Laline Ramos / JMV
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POMERODE – O presidente do Samae de Pomerode, Ricardo Campestrini, utilizou a tribuna da Câmara de Vereadores durante a sessão de terça-feira, dia 14, para se manifestar sobre denúncias feitas por três vereadores pomerodenses, Aldino Oldenburg, Deoclides Correa e Marcos Edgar Muller Dallmann, indicando supostas irregularidades na triagem e destinação do lixo reciclável do município.
Em seu pronunciamento, Campestrini informou que estava em viagem na semana passada, representando o Samae em um congresso, retornando à cidade apenas na madrugada de sábado, dia 11. Por este motivo, se manifestou oficialmente sobre o caso apenas na terça-feira, dia 14. “Acompanhei todos os fatos de longe, infelizmente, o que me impediu de prestar os devidos esclarecimentos com antecedência”, disse.
No que se refere ao lixo reciclável de Pomerode, que supostamente havia sido aterrado no Parque Girassol, em Timbó, Campestrini questionou: “Vocês acham que todo material depositado dentro do saco do Samae é de fato reciclável? Infelizmente, muitas pessoas ainda depositam lixo orgânico, bicho morto, fraldas de crianças e de adultos sujas, sacos com fezes de animais, vermes, seringas, folhas de árvores, tapetes, roupas velhas, dentre outros”, explicou.
Com isso, o presidente do Samae indica que, apesar do saco do Samae ser destinado apenas ao lixo reciclável, ainda assim há muito lixo orgânico ou lixo contaminado que vem dentro das embalagens, por isso, pode acontecer desses sacos serem aterrados junto ao lixo comum, pois dentro deles há lixo orgânico e nenhum material que possa ser reciclável. “Materiais contaminados ou não recicláveis, vão direto para o Aterro Sanitário em Timbó, mesmo que estejam acoplados dentro do saco do Samae”, complementou.
Campestrini explicou, ainda, que o Samae de Pomerode destina ao Aterro Sanitário de Timbó o lixo orgânico, sofás, camas, sapatos e roupas que não tem mais serventia, dentre tantas outras coisas que as pessoas descartam que não são recicláveis. “Lá também depositamos os rejeitos, que são os materiais que passam pela triagem da reciclagem, mas que não podem ser reciclados ou que estão contaminados”, afirmou.
O presidente do Samae ainda questionou: “Por que nós iríamos descartar material reciclável no Aterro Sanitário, sendo que nós temos leilão público e transparente que nos permite vender o material reciclável a R$ 0,27 o quilo? Por que nós iriamos jogar fora, se nós podemos vender?”. Segundo Campestrini, Pomerode tem uma grande receita com a venda do material reciclado. Em 2018 arrecadou R$ 600 mil e somente neste ano, até o momento, o valor já soma R$ 200 mil.
Pesagem
Além do suposto material reciclável que teria sido aterrado, os vereadores também denunciaram que a referida carga saiu da Usina de Triagem do Samae sem ser pesada, passando pela balança somente na entrada do Aterro Sanitário, em Timbó. Sobre esta questão, Campestrini explica que a pesagem do lixo destinado ao Aterro é feita sempre na balança do Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí (Cimvi), responsável pelo Parque Girassol, sendo esta balança pública.
“Todo material que é depositado no Aterro Sanitário é obrigatoriamente pesado na balança do Cimvi e nós temos todos esses relatórios, até porque os pagamentos são feitos com base nesses números. Já o lixo reciclável de Pomerode é pesado na usina do Samae”, garantiu.
“Eu estou de cabeça erguida, coração tranquilo, e venho aqui defender a dignidade dos servidores do Samae, que durante os últimos dias foram duramente criticados por onde quer que passavam. Aproveito para convidar a todos a conhecerem a Usina de Triagem do Samae de Pomerode e o belíssimo trabalho que lá é feito. Nós não temos nada a acontecer”, disse.
Ainda segundo Campestrini, o Samae solicitou explicações ao diretor da Usina, ao Cimvi, bem como à empresa responsável pelo transbordo do lixo, para que se tenha todas as informações necessárias no que se refere às denúncias feitas pelos vereadores. “Se necessário for, abriremos uma sindicância interna para investigar se houve algum ato falho para que possamos corrigir”, acrescentou.
Em entrevista ao Jornal Testo Notícias, de Pomerode, Campestrini externou a preocupação de que as pessoas percam o hábito de realizar a separação dos resíduos em casa. “Peço que os munícipes continuem desempenhando seu papel e confiem em nosso trabalho, que não é livre de falhas, mas está sendo desempenhado da melhor forma possível por nossos servidores”, disse.