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terça-feira, 22 de outubro de 2024

Quando a bebida deixou de ser sociável

Data:


A redação do Jornal do Médio Vale (JMV) recebeu em seus estúdios a psicóloga infantil e adulto com experiência em tratamento da dependência química, Ângela Cunha dos Santos, onde concedeu entrevista abordando um tema extremamente delicado e que por vezes é tratado como um tabu, o alcoolismo.

Psicóloga: Ângela Cunha dos Santos
Psicóloga: Ângela Cunha dos Santos


Questionada sobre quando admitir que é um doente químico, a profissional explica que:

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“O portador se dá conta que está doente, quando ele percebe que não consegue ficar sem a substância, no caso o álcool. Além do uso diário, quando o dependente não ingere a bebida, ele começa a sentir falta, ele tem sintoma, isso já caracteriza a dependência”.


Conforme Ângela “é preciso saber identificar os sinais e reconhecer a necessidade de ajuda, mas, ainda que pareça simples, esse primeiro passo pode ser difícil e doloroso para o etilista. É uma batalha árdua, diária, e quem passa por isso precisa contar com o apoio de familiares e amigos para vencer cada desafio que surge pela frente”.


A profissional também respondeu a pergunta se dependência química tem cura? “Não, ela não tem cura, mas ela é tratável. A pessoa pode ter uma qualidade de vida, se for acolhida, tratada e encarando esse processo de adoecimento. Porém, o alcoolismo é uma doença crônica e pode ser fatal. Hoje os índices de morte são altos, mas não por si só a bebida, mas pelo desenvolvimento de outras doenças crônicas, como doenças cardiovasculares, neurológicas, hepáticas, câncer, essas são as consequências do uso desenfreado do álcool”, enfatiza Ângela.


De acordo com a psicóloga “a família desempenha um papel importante no tratamento da dependência do álcool, já que auxilia na aderência, permanência, na superação de dificuldades decorrentes do processo e no estabelecimento de um novo estilo de vida sem o uso do álcool. “Quem sofre o impacto disso no dia a dia é a própria família. O usuário muda o comportamento, tem o seu trabalho prejudicado, as relações familiares prejudicadas, o comportamento social prejudicado, gera impacto em absolutamente tudo que envolve o dependente”, explica a profissional.

Às vezes, o próprio doente não consegue se reconhecer e assumir que está doente.
Às vezes, o próprio doente não consegue se reconhecer e assumir que está doente.

Importância do A.A.

Os Alcoólicos Anônimos (AA) são uma comunidade/irmandade com caráter voluntário de pessoas que se reúnem para alcançar e manter a sobriedade através da abstinência total de ingestão de bebidas alcoólicas. Atualmente, estima-se que existam aproximadamente 115 mil grupos e mais de dois milhões de membros em 180 países. No Brasil, existem cerca de cinco mil grupos.


Em Timbó, o grupo Alcoólicos Anônimos realiza seu encontro duas vezes por semana, segundas e sextas-feiras, na Casa da Serenidade Helton Hermann Gessner, localizada no bairro Quintino.


O A.A. pode ser descrito como um método de tratamento do alcoolismo, no qual os membros ajudam-se mutuamente, compartilhando entre si uma enorme gama de experiências semelhantes sofre o sofrimento e a recuperação do alcoolismo. O “tratamento” realizado pelo grupo são as reuniões onde os membros relatam entre si suas experiências do dia a dia.


As reuniões são abertas ao público, sem nenhum custo e com isso qualquer um pode participar, mas apenas aqueles que têm problemas com a bebida alcoólica podem participar das reuniões fechadas.


Se você conhece alguém que está passando por uma situação delicada com a bebida alcoólica e quer ajudar, dê o primeiro passo. Às vezes, o próprio doente não consegue se reconhecer e assumir que está doente.

Casa da Serenidade

Realizando serviços gratuitos e com o viés voltado para a comunidade, a Casa da Serenidade disponibiliza diversos serviços, são eles:


*Grupo de Ginástica, que desenvolve prática de atividade física, melhorando assim a qualidade de vida, os exercícios acontecem todas as segundas e quartas-feiras, das 7 às 8h;
*Grupo Mãos que Criam: grupo formado por mulheres que fazem da sua criatividade a arte do artesanato. O encontro acontece todas as terças e quintas-feiras das 14 às 17h;
*Grupo Superação que é direcionado a ajudar dependentes químicos ou pessoas com algum tipo de problema comportamental. As reuniões acontecem todas as terças-feiras das 19h30min às 21h;
*Grupo Pais e Familiares: o objetivo desse grupo é estabelecer o equilíbrio familiar, apoiando principalmente pais e familiares de dependentes químicos.
*Grupo A.A., conhecido mundialmente, realiza suas reuniões todas as segundas e sextas-feiras das 19h30min às 21h.

A Casa da Serenidade está localizada na rua São Bento, número 141, no bairro Quintino.
A entrevista completa com a psicóloga Ângela Santos da Cunha, você assiste no canal do YouTube do Jornal do Médio Vale.

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