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sábado, 27 de julho de 2024

Uma Páscoa não tão doce

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Uma Páscoa não tão doce
Pandemia do Coronavírus, quarentena e queda do poder aquisitivo diminui a procura por chocolates …

Clarice Graupe Daronco / JMV

Foto: By Pilo

TIMBÓ – Com o período de quarentena causado pela pandemia do novo Coronavírus, diversas áreas da economia vêm sendo afetadas. Uma delas que é bastante movimentada nesse período do ano é a de chocolates e ovos de Páscoa. Apesar de toda a crise, lojas do segmento de chocolates que estão no comércio de rua podem funcionar. Isto porque comercialização e entrega de alimentos é considerada essencial, mas as vendas deste segmento como estão?

Para saber a resposta deste questionamento a redação do JMV entrevistou diretores de supermercado, franquia e empresa de produção artesanal de chocolates.

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O Supermercado Schutze, através de um dos diretores, David Césare Schutze, relatou que as vendas de produtos que não são de extrema necessidade caíram de uma forma geral. “O problema é que o poder aquisitivo das pessoas caiu muito. Entende-se a necessidade do isolamento, mas isso vem trazendo como consequência a crise do mercado econômico. Se as empresas não estão faturando, pessoas não estão ganhando. Se as pessoas não tem dinheiro para gastar, não se compra. Simples assim. E essa cadeia vai muito mais longe”.

Schutze observa que a Páscoa normalmente é comemorada em família. “Se dá lembranças. As pessoas fazem uma refeição conjunta. Sem a reunião familiar, todos esses gastos ficam para trás. O comércio sofre, o dinheiro circula menos, dificulta o andar de um ciclo, da economia. Tudo fica meio “travado”.

Pensando nisso, estamos fazendo uma análise de reajustes nos preços de produtos voltados para este feriado. Tudo para que nossos clientes mantenham seus costumes, sem colocar seu bolso e a sua saúde e a de seus familiares em risco”.

O profissional explica que o Supermercado está fazendo o Páscoa Delivery, onde o cliente escolhe sua cesta via Whatsapp e a recebe no conforto do seu lar. “Não deixe sua Páscoa passar em branco. Sabemos que o momento é delicado, que as pessoas estão sem dinheiro. Gaste com consciência. Mas, não deixe de fazer um pequeno agrado a quem você ama. Comemore em seu lar, com a sua família. Nem que seja algo pequeno, mas faça! Cristo ressuscitou para nos provar que tudo é possível. E que o tempo é de renovação”.


Prejuízo inevitável

Já o franqueado de uma loja de chocolates Cacau Show, Luciano Viviane, relata que estão flexibilizando horário de atendimento. “Estamos fazendo promoção da linha de Páscoa, exceto ovos infantis e também estamos aprendendo a trabalhar com o delivery, drive thru e vendas online, começamos a tentar entender esse mercado, uma vez que a ocasião nos forçou e não estávamos preparados”.

Sobre os prejuízos econômicos, Luciano afirma que: “o prejuízo é inevitável. A Páscoa para uma loja especializada em chocolates, é fundamental pois representa até 30% das vendas do ano. Os chocolates que sobram não têm como derreter, não tem como devolver. Vamos tentar amenizar ao máximo o prejuízo. Mas penso também nos amigos comerciantes que não estão podendo abrir suas lojas, as contas chegam e muito difícil essa realidade”.

O proprietário da empresa de chocolates Ferana, Fernando Luiz Santos, afirma que a projeção para a Páscoa 2020 de sua empresa seria de crescimento. “Desenvolvemos toda uma nova linha de produtos, desde as embalagens personalizadas até diversas novas receitas. Foram oito meses de trabalho, desde as ideias criativas até o produto finalizado”.

Santos destaca que com toda a situação do Covid-19, tiveram assim como muitos que se reinventar para amenizar os prejuízos, além da frustração de ter em estoque lançamentos incríveis que não chegarão aos clientes. “Além das estratégias de venda, a empresa fez parceria com algumas revendas, até de segmentos distintos que estão disponibilizando nossos produtos em seus aplicativos. Após a Páscoa, faremos um levantamento do resultado final de vendas, e estaremos revendo de que forma poderemos reaproveitar os produtos que ainda teremos no estoque. É um tempo de nos reinventarmos ainda mais, olhar outras possibilidades no mercado, rever nossas estratégias e buscar novas ferramentas de vendas”.

Foco na matéria-prima

A redação também entrevistou os proprietários de uma empresa que vende também a matéria-prima para a produção de doces e chocolates caseiros. De acordo com a gerente da Sobela, Suely Benkendorf Marschner, este ano especial e extraordinariamente, já em janeiro, apontava a ameaça na saúde e a expectativa ficou ainda menor, no entanto a tendência da confecção (culinária) residencial, motivada por diversos programas de televisão e da internet, aumentaram o interesse e o fato da quarentena somou o sentimento do passatempo com as famílias nos seus lares que passou a adotar como um delicioso e divertido entretenimento com as crianças e demais familiares, e esta foi a alternativa (a venda de matéria-prima) que a empresa buscou para compensar o enfraquecimento nas vendas.

Sula afirma ainda que neste momento de pandemia, a possibilidade de lucro ficou totalmente descartada. “A situação é a de diminuir o máximo de prejuízo e para isso os itens de Páscoa foram colocados a preço de custo, ou até abaixo do custo, e os fornecedores não reduziram os preços e literalmente ficamos numa “sinuca”, situação difícil para o financeiro da empresa”.




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