“Ao adentrar a sala de exposições e contemplar a bela realidade concretizada em conjunto com a Fundação de Cultura e Turismo de Timbó, uma mescla de sentimentos envolveu-me. Expresso minha profunda gratidão ao diretor-presidente da Fundação, Jorge Ferreira, ao prefeito Jorge Krüger e a todos os envolvidos que tornaram possível expor as preciosas fotografias, algumas das quais retratam a arte da nossa querida Beti. Testemunhar a beleza reunida, desde paisagens até retratos de pessoas e lugares encantadores de Timbó e do Vale, foi uma experiência emocionante, repleta de saudade”. As colocações são de Rubia Luiza Adam Girardi, nora de Elisabeth Germer (em memória), ao falar sobre a abertura da exposição de Fotografias “Heimat” em memória da artista.
Segundo Rubia, o diretor-presidente da Fundação de Cultura e Turismo de Timbó, Jorge Ferreira, é o curador da exposição, que teve sua abertura na noite de 7 de abril, durante o evento em homenagem aos 200 anos da chegada dos povos de língua alemã ao Brasil. O evento contou com a realização de um concerto envolvendo diversos grupos culturais locais, como o Coral Leopoldo Kurtz da Sociedade Recreativa Cultural, a Orquestra de Câmara Municipal de Timbó, o Grupo Folclórico Os Cinquentões, o Volkstanzgruppe Blauer Berg e a Banda Municipal Professor João Müller.
A exposição, realizada junto ao Centro Integrado de Cultura (CIC), apresenta uma seleção de fotos que retratam paisagens, fauna, flora, arquitetura e cotidiano, oferecendo uma visão da Timbó que Beti tanto amava. As fotos foram doadas por sua nora, proporcionando material para futuras exposições. A exposição estará aberta para visitação até o dia 28 de abril, na Sala de Exposições do CIC, apresentando diversas fotografias que destacam a cultura, os costumes e as paisagens do Vale Europeu.
Rubia explica o significado da palavra alemã “heimat”: “É uma paisagem ou localidade real, imaginária ou construída, à qual uma pessoa associa uma sensação imediata de familiaridade”. Ela foi responsável por ceder as fotografias de Elisabeth à Fundação de Cultura e Turismo, escolhendo aquelas que capturam a essência do que a artista considerava importante, deixando valores significativos para todas as gerações.
Rubia expressa sua honra em poder compartilhar o belo trabalho fotográfico de Elisabeth, carinhosamente conhecida como Beti. “Ela foi uma figura proeminente na comunidade de Timbó, deixando um legado duradouro através de suas múltiplas facetas e contribuições. Nascida em 3 de março de 1940, na Mulde Central, ela dedicou sua vida a sua amada cidade natal e à promoção da arte, da cultura e da preservação ambiental. Sua formação acadêmica diversificada, incluindo uma pós-graduação em Educação Ambiental, seu papel como professora de Educação Artística e sua proficiência em língua alemã refletiram-se em sua atuação multifacetada na sociedade”.
Além de seu compromisso com a educação e a cultura, Elisabeth Germer demonstrou uma paixão pela fotografia, capturando a essência e a beleza de Timbó em suas obras. Como diretora do Departamento de Cultura durante a gestão do ex-prefeito Donigo Wolter, ela desempenhou um papel crucial na promoção das artes e da história local, deixando uma marca indelével na cultura de Timbó. Sua dedicação à arte fotográfica não só a tornou reconhecida localmente, mas também alcançou reconhecimento internacional, com suas obras arquivadas até mesmo na Espanha.
Elisabeth Germer foi uma das fundadoras da Associação dos Artistas Plásticos de Timbó, contribuindo para fortalecer a comunidade artística local e inspirando outros com seu trabalho e compromisso com a preservação da natureza. “Sua exposição “Heimat” é um testemunho do amor que ela nutria por sua cidade e pela natureza ao seu redor, buscando despertar uma compreensão mais profunda sobre a condição humana e a conexão com o meio ambiente. Embora tenha falecido em 22 de outubro de 2021, o legado de Elisabeth Germer continua vivo, inspirando aqueles que tiveram a sorte de serem tocados por sua arte, sabedoria e espírito apaixonado. Sua memória é um tesouro precioso, mantendo viva a chama do amor e do respeito pela beleza e pela diversidade que ela tanto valorizava”, frisa Rubia.