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sexta-feira, 26 de julho de 2024

O Milagre do Calvário

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No Centro Cultural de Rodeio “Ivanir Alberto Scoz”, uma emocionante apresentação ressurgiu para celebrar a Sexta-feira Santa. O Círculo Trentino e o Grupo Teatral de Rodeio uniram forças para recriar a saga sacra de “O Milagre do Calvário”, trazendo à vida os últimos momentos de Cristo antes de sua crucificação e sua subsequente ressurreição.

Em entrevista à redação do Jornal do Médio Vale (JMV), o diretor da peça, Maurício Pasqualini, explicou que cerca de 60 membros da comunidade de Rodeio e Timbó, com idades entre oito e 88 anos, uniram-se para dar vida a essa história que foi apresentada na noite de 29 de março, no Centro Cultural de Rodeio “Ivanir Alberto Scoz” (anexo à Vila Italiana). “Todos os atores são amadores, dedicando-se a diversas profissões no dia a dia”, acrescentou Pasqualini.

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Ele ressaltou que a história da peça remonta a 1952, quando um padre da Paróquia de Rodeio, frei Humberto, reuniu jovens e membros da comunidade para encená-la. “O Milagre do Calvário”, uma peça sacra que revive a paixão, morte e ressurreição de Cristo, é uma colaboração do Círculo Trentino e do Grupo Teatral de Rodeio, trazendo um momento especial relacionado à Páscoa.

A apresentação envolve cerca de 60 pessoas, incluindo elenco, equipe de apoio, figurinistas, iluminadores, técnicos de som e movimentação de palco. A peça é uma jornada que começa com a última ceia, passando pelo Horto das Oliveiras, os tribunais de Caifás e Pôncio Pilatos, até a crucificação de Jesus e o milagre do Calvário.

Além de dirigir, Maurício Pasqualini também interpreta Longinos, enquanto seu filho, Gustavo Pasqualini, desempenha o papel de Jesus. O espetáculo, que tem uma duração média de duas horas e meia, é dividido em dois atos e 14 cenas, retratando os últimos momentos de Cristo antes de sua crucificação. A peça não é apenas uma encenação, mas uma oportunidade de meditar e se envolver na história de Cristo, que deu sua vida para salvar a humanidade. A linguagem erudita da peça, promovida pelo Círculo Trentino, foi apresentada pela primeira vez na cidade em 1952 e, com poucas alterações, tornou-se uma tradição.

Segundo um dos atores, Ivanir Dallabrida, que interpreta Caifás, “foi excelente, emocionante, o público vibrava a cada cena. Das 15 feitas, ao final, aplaudiram de pé, com vibrações e assobios. Emoção também do elenco… cenas fortes. Numa cena em que eu, Caifás, condeno Jesus, estava aos berros, e quando olhei aquele olhar meigo de Gustavo, me emocionei, deu vontade de chorar”.

É importante relatar que a peça teve dois intérpretes de Jesus Cristo. O atual é Gustavo Pasqualini, há 17 anos. O anterior foi o professor aposentado Geraldino José Ochner, que viveu o papel de Cristo por 33 anos consecutivos.

“A apresentação foi incrível, lotou o Teatro Municipal de Rodeio. Para mim, particularmente, senti-me emocionado e honrado em participar, pois cresci ouvindo falar da peça, inclusive em sala de aula, pelo professor Geraldino.

Dividir o palco com esses amadores veteranos, que têm uma habilidade incrível para representar, foi incrível e emocionante. Quero também registrar a família Pasqualini, que nos abriu as portas da casa e do teatro.

Participam Jesus (Gustavo) e seus pais, irmã e cunhado, dois sobrinhos (anjinhos), dois tios e uma tia. O pai, Maurício, atua e dirige, além de providenciar cenários, objetos de cena, figurinos, um trabalho incrível. De fato, uma família extraordinária que faz tudo com muito amor e muita humildade!”

Em entrevista, Gustavo Pasqualini compartilha sua experiência de 17 anos interpretando o papel de Jesus. “Comecei em 2008, logo após Geraldino concluir 33 anos no papel de Jesus, que era uma promessa dele. Não estabeleci um prazo para minha permanência. Minha trajetória no teatro começou aos sete anos, influenciado pela participação de meu pai. Desde então, interpretei diversos papéis, como figurante, servo de pilares, Pouvo e Flávio Lúcio. Também contribuí nos bastidores, auxiliando com som e iluminação em algumas apresentações.

Toda a família se envolveu nesse processo, incluindo meus pais, minha irmã, meus dois sobrinhos e meus tios, Tio Almir e Tio Aldo. Tio Aldo, que interpreta Pedro, tem 88 anos e é um dos membros mais antigos do grupo”.

Segundo ele, “um dos maiores desafios é transmitir o sofrimento dos últimos dias de Jesus, desde sua prisão pela guarda romana até a crucificação. Em termos de mensagem, destaco o perdão, exemplificado pela história de Dimas, o ladrão que se arrependeu e recebeu a promessa do paraíso de Jesus. Essa mensagem de perdão é a essência mais bela do teatro. Em resumo, toda a família se envolve ativamente na produção, desde os preparativos até o pós-evento, contando com a ajuda de várias pessoas além da família”.

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