Legislativo e a moralidade pública
A cada dia que passa a população brasileira é bombardeada com notícias desabonadoras das casas l …
Cleiton Baumann
A cada dia que passa a população brasileira é bombardeada com notícias desabonadoras das casas legislativas, incluindo os três níveis de governo. Recentemente, assistimos em rede nacional, um show de streap-tease numa Câmara de Vereadores de uma cidade do Pará. Também muito comentado foram as viagens de vereadores para fazer turismo com dinheiro público, sob o argumento de que iriam participar de cursos para aperfeiçoar seus conhecimentos. Em nível federal, a polêmica do momento é a denúncia contra o presidente do Senado, José Sarney, político que, mesmo com idade avançada e com aposentadorias monstruosas, não quer largar as tetas do poder. Mas esse caso não é isolado. Todos lembram do “mensalão” na Câmara dos Deputados, do Severino Cavalcanti, das emendas ao Orçamento da União, que beneficiavam um esquema de corrupção em estados e municípios. E o Renan Calheiros, já esqueceram? Pois é, tudo isso acontecendo longe daqui, em outros estados ou em Brasília, o que não deixa de ser motivo de preocupação, pois fazemos parte de uma mesma nação. Porém, agora somos surpreendidos com denúncias de abusos na Assembleia Legislativa catarinense. Surpreendidos porque foi uma notícia inesperada, mas surpresos, nem tanto. Já era de conhecimento geral que em nossa Assembleia se pratica o apadrinhamento de pessoas que recebem altos salários. Com certeza, os responsáveis por tamanha irresponsabilidade com o dinheiro público não tomariam as mesmas medidas em suas empresas ou nos seus próprios orçamentos pessoais. Todas essas denúncias só vêm a corroborar com a tese de que a maioria de nossos políticos é ignorante, despreparado e inconsistente para assumir um papel de liderança. Essas denúncias nada mais são do que o produto de uma educação falha e decadente. Que a corrupção está presente no processo político, todos sabem, e não é somente no Brasil, é no mundo inteiro. Mas a corrupção no Brasil é muito tolerada, inclusive, pela maioria da população. Mas todo esse mal não pode justificar propostas para acabar com o Legislativo, nem mesmo a condição bicameral (Câmara e Senado). Não é porque descobriram que temos políticos “podres” em uma das casas legislativas que devemos extinguir uma delas. Temos, sim, é que conscientizar nossos eleitores a votar em pessoas honestas, de preferência (ou sempre) conhecidas e próximas, pois, desta forma, teremos menos chances de errar. E, quando errarmos, saberemos a quem se dirigir para cobrar. O Legislativo é a essência da democracia e sua existência é inquestionável.