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sábado, 27 de julho de 2024

Bugio faz parte do território catarinense.

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Bugio faz parte do território catarinense.
Projeto Bugio: Esta espécie de macaco não está em extinção em Santa Catarina, mas, se continuar …

Thomas Erbacher

LILIANI BENTO/JMV

INDAIAL ? Os macacos Bugios não estão na lista de espécies em extinção, editada pelo Ibama, porém, se continuar havendo violência contra estes animais e conflitos urbanos, eles podem sim, deixar de existir. Em algumas cidades brasileiras, por exemplo, já fazem parte do passado, principalmente devido ao desmatamento. Na região, nos últimos anos, tem aumentado a área coberta com Mata Atlântica e, por isso, a espécie tem sido conservada, além dos diversos trabalhos de conscientização desenvolvidos. Infelizmente, o fato é que, mesmo os macacos respondendo por um terço de todas as espécies de primatas do planeta, para a maioria das nacionais não há nem um censo consolidado do número de indivíduos de sua população.

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No final do ano passado, o relatório intitulado ?Primatas em Perigo: Os 25 Primatas mais Ameaçados do Mundo – 2006-2008?, apresentado pelo Grupo de Especialistas em Primatas da Comissão de Sobrevivência das Espécies (SSC), da União Mundial para a Natureza (IUCN) e pela Sociedade Internacional de Primatologia (IPS), confirmou que 29% de todas as espécies de macacos estão sob risco de extinção Segundo Marcos Fialho, doutor em ecologia e analista ambiental do CPB – Centro de Proteção de Primatas Brasileiros, subordinado ao Ministério do Meio Ambiente, das mais de 100 espécies tupiniquins, 26 correm risco de extinção em território nacional. Destas, 24 são endêmicas, ou seja, ocorrem unicamente em nossas terras.

Para evitar que isso aconteça, algumas iniciativas brasileiras são louváveis. Uma delas é o Centro de Pesquisa Biológica de Indaial (Cepesbi), composto por um veterinário, uma biomédica, tratadores e bolsistas que cuidam de animais que estão no cativeiro e fazem pesquisas. Além disso, quatro voluntários ajudam no trabalho, pois o centro necessita de cuidados 24 horas todos os dias.O Cepesbi conta hoje com recursos da Universidade Regional de Blumenau (Furb), Prefeitura de Indaial e parceiros, como Supermercado Angeloni e Cooper, que doam frutas para os animais. Uma clínica veterinária da cidade também apóia oferecendo seus serviços.

Cepesbi volta a fazer pesquisas em campo.

Depois de um ano sem fazer pesquisas em campo, o Cepesbi voltou à ativa. Através de edital da Furb foram garantidos R$ 5 mil para pesquisas. Atualmente, estão sendo feitas pesquisas no Morro Geisler, em Indaial. O veterinário, Júlio César de Souza Júnior, conta que estão sendo feitos estudos de comportamento do bugio no seu habitat natural. ?Eles não são retirados do local, fazemos os estudos e as observações no mato mesmo, no seu ambiente?, diz.

Além disso, o Cepesbi faz pesquisas também com os animais que estão em cativeiro. Hoje, o Centro abriga 35 animais. Todos os animais que estão em cativeiro são porque sofreram algum tipo de violência, ficaram doentes e não tinham mais condições de sobreviverem sozinhos no mato. ?Se não fossem recolhidos, morreriam?, conta o veterinário.

As causas mais comuns para eles irem parar no Centro são conflitos urbanos, choques e atropelamentos. Alguns também se perdem ao fugir dos caçadores. Tem um, por exemplo, que foi encontrado atropelado e hoje não consegue fazer suas necessidades fisiológicas sozinho. Necessita da ajuda do veterinário. Se não fosse recolhido, teria morrido.

O Cepesbi já serviu de subsídio para três pesquisas: uma tese de doutorado, uma iniciação científica e uma conclusão de curso. No cativeiro, os pesquisadores estudam comportamento, cor, hábitos, forma que se alimentam, etc. ?Os resultados das pesquisas em cativeiro são diferentes das em campo, quando eles estão livres?, afirma. Atualmente, há também um estudo de junção, de formação de grupos, para avaliar o comportamento social dos bugios. ?É muito semelhante ao ser humano. Um não gosta do outro, ou simpatiza. Algumas fêmeas adotam filhotes?, diz. Na próxima edição, você confere mais detalhes sobre o Projeto Bugio em Indaial.

Os primatas estão entre os animais mais antigos na terra.

Eles se diferenciam dos demais pelo tamanho maior do cérebro em relação ao corpo e por ter o dedo polegar em oposição aos outros dedos, o que lhes permite um movimento de pinça como nenhum outro bicho tem.

Um dos primatas é o homem que, infelizmente, não preserva os recursos naturais e dominam o mundo de forma perigosa. Já os outros primatas penam para manter sua posição no planeta, ameaçados por desmatamento, urbanização e maldade do homem.

O nome do bugio pode mudar conforme a região. Pode ser bugio, guariba e até barbado. Barbado porque em função do seu osso hióide preponderante tem a parte de baixo da cara muito grande e ela coberta com uma barbinha. No nordeste é conhecido por guariba.

Existem cerca de 250 espécies de macacos, divididas mais ou menos metade entre Velho e Novo Mundo. Dos 125 da América, mais de 100 estão no Brasil.

O bugio tem impressões digitais iguais a do ser humano. Mas não ficam nos dedos, mas na parte de dentro da cauda. Não há nenhuma igual à outra.

Passando a mão nos pêlos de um macho a gente vê como a raiz é escura, e só ganham o tom vermelho pela tintura. Essa tinta chega a sair na mão da gente, manchando a luva.

Esta mesma tintura o bugio usa para esfregar nos troncos, em galhos, para marcar território. Nas espécies onde o macho é preto e as fêmeas baias, não há produção dessa tinta vermelha.

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