Dia de Luta Contra Aids é lembrado na região
Prevenção: Foco da campanha nacional neste ano são os homens com mais de 50 anos de idade, buscan …
Thomas Erbacher
PRISCILA SELL/JMV
INDAIAL ? O dia 1º de dezembro é lembrado como o Dia Mundial de Luta contra a Aids. Comemorado desde 1987, o objetivo da data é estabelecer o entrelaçamento de comunicação, promover a troca de informações e experiências de pessoas que vivem com o vírus do HIV e criar um espírito de tolerância. Para não deixar a data passar em branco, ações especiais foram preparadas em Indaial e Timbó.
Na cidade de Indaial, integrantes do Programa de DST/HIV/Aids promoveram a distribuição de preservativos, material informativo e do laço vermelho, símbolo da luta contra a doença, em todos os postos de saúde e na Prefeitura do município. A ação buscou conscientizar a população a respeito da necessidade do uso do preservativo nas relações sexuais.
Conforme a enfermeira, coordenadora do Programa de DST/HIV/Aids, Grasiele Campregher, em 2008, o foco da campanha nacional são as pessoas com mais de 50 anos, especialmente os homens. ?A eleição do tema deve-se a preocupação do Ministério da Saúde em dar resposta ao crescimento da epidemia entre pessoas nesta faixa etária?, conta. O slogan é ?Sexo não tem idade. Proteção também não?.
Grasiele explica que no Programa ? que atende Indaial, Ascurra e Apiúna ? também há um número elevado de pessoas com mais de 50 anos que estão em acompanhamento. ?Temos cadastrados 85 pacientes com Aids que utilizam o coquetel de medicação e outros 35 com o HIV positivo. Estas 35 pessoas não fazem o uso da medicação porque a doença ainda não se manifestou, mas estão em constante acompanhamento?, diz. ?Dessas 120 pessoas cadastradas, cerca de 15% tem mais de 50 anos de idade. Por isso, a campanha nacional caiu como uma luva aqui?, enfatiza.
O Programa de DST/HIV/Aids funciona na Unidade Sanitária Heinz Schütz, situada na rua São Francisco, 250, Centro da cidade. ?O teste do HIV pode ser realizado de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h. A pessoa exposta ao risco, ou seja, que teve pelo menos uma relação sexual sem camisinha, não precisa de requisição médica para fazer o teste, basta portar a carteira de identidade e estar em jejum. O resultado do exame só poderá ser retirado pela própria pessoa cerca de 20 dias após a coleta?, informa.
Timbó também tem programa
Na cidade de Timbó, a Vigilância Epidemiológica também realizou pequenas ações para não deixar o 1º de dezembro passar em branco. O trabalho, porém, foi simples, já que as atenções estão voltadas as doenças decorrentes das enchentes que assolaram o Médio Vale. Mesmo assim, foi feita a distribuição de preservativos em várias empresas, a divulgação de cartazes sobre a doença e foram concedidas entrevistas aos meios de comunicação para lembrar a data.
A enfermeira do Programa de DST/HIV/Aids de Timbó, Vivian Muller Stolf, revela que são atendidas pessoas de Timbó, Rodeio, Benedito Novo, Rio dos Cedros e Doutor Pedrinho. ?Atualmente, temos 110 pacientes em acompanhamento. Quarenta e duas pessoas estão recebendo a medicação, já que a doença se manifestou. As outras 68 estão em acompanhamento constante?, enumera. ?Assim, como no resto do país, onde as estatísticas apontam aumento da incidência da doença entre as pessoas com mais de 50 anos, temos aqui, 15 pessoas infectadas acima desta idade. Quase todos são homens?, revela.
Vivian diz que, atualmente, o Programa acompanha duas gestantes portadoras do HIV e duas crianças. ?Durante a gestação, há um cuidado todo especial para que a criança não seja contaminada com o vírus. Estas duas crianças que estão em acompanhamento são filhos de mães portadoras e ficarão sob observação durante 1 ano e 8 meses. Desde que começamos a realizar este trabalho, nenhuma criança, filha de mãe soropositiva, foi contaminada, comprovando o sucesso?.
O Programa DST/HIV/Aids funciona no Serviço de Atendimento Especializado ? SAE, localizado no Centro de Referências em Saúde Pública Doutor Hans Muller ? Cemur, situado a rua Germano Brandes, 436, Centro de Timbó. ?Lá, são realizadas as coletas de exames, é oferecido atendimento psicológico, de assistente social, entre outros, funcionando em horário comercial?, finaliza.
Você sabia?
O laço vermelho é visto como símbolo de solidariedade e de comprometimento na luta contra a Aids. O projeto do laço foi criado, em 1991, pela Visual Aids, grupo de profissionais de arte de Nova York que queriam homenagear amigos e colegas que haviam morrido ou estavam morrendo de Aids. Por sua ligação ao sangue e à idéia de paixão, o laço vermelho foi inspirado no laço amarelo que honrava os soldados americanos da Guerra do Golfo. Ele se tornou símbolo popular entre as celebridades nas cerimônias de entrega de outros prêmios e virou moda. A imagem do laço continua sendo um forte símbolo na luta contra a Aids, reforçando a necessidade de ações, pesquisas e, principalmente, de solidariedade aos que convivem com o HIV/Aids.
Números da Aids
Segundo estimativas do Programa das Nações Unidas para Aids ? Unaids, existiam no mundo, em 2007, 33,2 milhões de pessoas com o HIV. No Brasil, eram 620 mil casos confirmados. Em Santa Catarina, no ano passado, a incidência da doença foi de 25,4 para cada 100 mil habitantes. No cenário nacional, Santa Catarina é um estado diferenciado por apresentar o mais alto índice de casos de Aids entre usuários de drogas injetáveis. Além disso, registra a maior taxa de mortalidade do país pela Aids, sendo a principal causa de óbito por doenças infecciosas, na faixa etária de 20 a 49 anos, entre os catarinenses. A cada ano, novos municípios catarinenses notificam o seu primeiro caso de Aids, caracterizando a interiorização da epidemia no Estado. Atualmente, 233 cidades contam com pelo menos um caso da doença.