Famílias abrem seus lares para acolher crianças que não conhecem
ASSISTÊNCIA: Programa envolve indaialenses no acolhimento de crianças e adolescentes que estão em …
Cleiton Baumann
CLARICE DARONCO/JMV
INDAIAL – Você teria coragem de abrir seu lar, seu coração, para acolher crianças e adolescentes que encontram-se em risco e que você não os conhece? Com certeza pensaria muitas vezes se terias coragem de fazer isso. Mas tem famílias que fazem isto sim. Em Indaial são nove que abrigam em seus lares 22 crianças e adolescentes em situação de risco. Essas famílias e crianças/adolescentes integram o programa “Acolher”, desenvolvido pela Secretaria da Assistência Social de Indaial, juntamente com o Juizado da Infância e Juventude da comarca de Indaial, Ministério Público, Conselho Tutelar e Conselho Municipal dos Direitos das Crianças e do Adolescente.
Segundo a assistente social do Centro de Referência Especializado de Assistência Social – Creas (onde o programa está inserido), Adriana Braciani Brolini, o programa “Acolher” é uma alternativa de abrigo provisório em residências de famílias da comunidade para proteger crianças e adolescentes em situação de risco, ou seja, que tenham seus direitos ameaçados ou violados (vitimas de violência sexual, física, psicológica, negligencia, em situação de abandono).
Adriana explica que esta família representa a possibilidade da continuidade da convivência familiar e comunitária em ambiente sadio. “Irá tornar-se parceira no atendimento à criança e na preparação para o seu retorno à família de origem ou família substituta”, destaca a assistente social ao afirmar que a família acolhedora receberá acompanhamento, orientação e subsídio financeiro. “Importante frisar que essas famílias devem estar cientes que não poderão adotar as crianças e adolescentes que estão acolhendo”.
Adriana observa que é preciso realizar a introdução das crianças e adolescente em um ambiente familiar porque desde cedo, a criança necessita de alguém para desenvolver sua autonomia. Esse alguém normalmente a mãe e o pai biológicos, preenchem a função de “cuidadores”, o que pode ser igualmente desempenhado por outras pessoas que se ocupem das necessidades básicas da criança. Entre a criança e os pais (ou substitutos) serão estabelecidos, com o passar do tempo, vínculos complexos e dinâmicos que garantam a sobrevivência física e emocional da criança e do adolescente.
O acolhimento familiar é uma medida de proteção e defesa ao direito a convivência familiar e comunitária. O objetivo é que se torne um dos recursos de proteção especial utilizados como medida que resguarde os direitos de crianças e adolescentes na situação de risco psicossocial. O programa “Acolher” tem como norteador de suas ações a doutrina da proteção integral preconizado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
Neste sentido, destaca a coordenadora do Creas e psicóloga, Luci Borges Laurindo, que os principais objetivos do programa são de garantir às crianças e adolescentes que necessitam de proteção, o acolhimento provisório, respeitando o seu direito à convivência em ambiente familiar, comunitário e sua individualidade; oferecer apoio às famílias de origem, favorecendo a sua reestruturação para o retorno de seus filhos; contribuir para a superação da situação de conflito vivida pelas crianças, adolescentes e suas famílias de origem, preparando-as para a reintegração familiar ou para a adoção.
Quem pode ser uma família acolhedora:
Pessoas maiores de 21 anos, sem restrições quanto a sexo e estado civil residentes em Indaial que não haja interesse em adoção; que tenha a disponibilidade de tempo e interesse em oferece proteção e amor a crianças e adolescentes. Essas pessoas passaram por uma pré-avaliação coordenada por uma assistente social e uma psicóloga. Após a pré-avaliação será feita uma visita na família da pessoa interessada onde será necessário que todos os familiares estejam de acordo com a intenção de serem acolhedores de crianças e adolescentes em risco.
Adriana observa que é preciso analisar a história das crianças e adolescente e tentar em conjunto oportunizar uma nova sequência nesta história. Do número de crianças acolhidas no Programa, a psicóloga Luci ressalta que cerca de um quarto retorna para as famílias de origem; o outro um quarto vão viver com a família externa (avós, tios, primos); o outro um quarto vai para adoção e o último um quarto fica nas casas de abrigamento, em muitos casos por já serem adolescentes ou crianças maiores.
Luci destaca que o Programa necessita de mais famílias acolhedoras. “Temos hoje famílias que estão cuidando de até cinco crianças e ou adolescentes. Precisamos ampliar o número de famílias interessadas em dar um pouco de atenção a aqueles que nunca tiveram nada”. As pessoas podem procurar a Secretaria de Assistência Social – Creaslocalizado na rua Leoberto Leal, nº 191, bairro Tapajós – ou pelo telefone (47) 3333-4186 de segunda a sexta-feira das 8h às 12h e das 13h30 às 17h30min.
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