Sêmem de diversas raças são comercializados em Indaial
GENÉTICA: Coleta e venda de sêmen bovino, além da transferência de embriões, são destaques na …
Thomas Erbacher
CLARICE DARONCO/JMV
INDAIAL – Melhorar o rebanho bovino catarinense e manter a Unidade de Ensino do Posto Agropecuário de Indaial – PAI, que foi reativada em 1985, e fica situada no bairro Warnow, em Indaial. Este é o principal objetivo dos profissionais que atuam no Posto e buscam intensificar o seu trabalho em melhoramento animal, por meio da realização de cursos de inseminação.
O PAI de Indaial, através de profissionais da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina ? Cidasc, capacita anualmente mais de 380 inseminadores para o trabalho a campo, seja em propriedades particulares, cooperativas, prefeituras, empresas ou associações de criadores. Nos últimos anos, informa o médico veterinário Ivo Pivato, uma grande quantidade de inseminadores foi capacitada em Indaial e graças ao trabalho e ao empenho desses profissionais, somado a participações de um grande número de prefeituras municipais, pode-se afirmar que Santa Catarina insemina hoje um número de fêmeas bovinas em idade reprodutiva, bem acima da média nacional.
A Cidasc implantou assim, um trabalho de excelência no Estado, na área de capacitação de inseminadores, e o complementou com a produção e comercialização de sêmen de reprodutores de linhagens genéticas melhoradas na sua Central de Inseminação Artificial de Indaial, para atender as propriedades de pequenos e médios criadores, a um custo acessível.
Conforme explica o médico veterinário Ivo Pivato, o PAI trabalha também com a transferência de embriões. Segundo ele o número de transferências realizadas nos últimos anos é indefinida, mas pode ser considerado como razoável e que dá uma certa experiência aos profissionais que realizam o trabalho. São coletados embriões das raças charolês, nelore, jersey e holandês, ou seja, das raças produtoras de leite e de corte, com mérito genético. Já o sêmen é coletado de reprodutores oriundos de doadores americanos e canadenses.
Ivo observa que, como Santa Catarina não pode importar animais vivos, visando o melhoramento genético das raças, a importação de embriões com mérito genético é uma das saídas para aumentar a variabilidade genética no Estado. O médico veterinário informa que o PAI conta hoje com uma receptora transferida com embrião da raça holandesa. O nascimento do bezerro (a) está previsto para o fim de julho ou meados de agosto. O bezerro(a) que irá nascer vai ficar no Posto, a princípio: se for macho será trabalhado como um futuro doador de sêmen e se for fêmea será uma doadora de embriões.
Questionado sobre a procura e comercialização de sêmen com mérito genético, Ivo ressalta que são os produtores de leite os mais interessados na busca de informações, compra de sêmen e transferências de embriões junto ao PAI. Pivato destaca que a venda de sêmen é calcada na produção leiteira. ?Nos últimos dois anos foi efetuada a venda de 50 mil doses de sêmen por ano?, frisa.
O PAI tem hoje em sua área de trabalho, que é superior a 80 hectares, 125 vacas para treinamento e inseminação (raças mestiças); cinco touros (jersey), um (holandês), um (nelore), entretanto tem sêmen congelado de touros das raças: holandesa, red angus, simental e pardo-suíça. Os touros vêm em parceria para o Posto, onde é realizada a coleta de uma quantidade superior a 20 mil doses de sêmen antes do animal retornar ao local de origem. Hoje o PAI conta com um estoque superior a 85 mil doses de sêmen congelados em botijão especial. ?O botijão tem por finalidade acondicionar o sêmen, mantendo o nitrogênio líquido, cuja temperatura é de -196ºC. Esta temperatura do nitrogênio no estado liquido é ideal para a conservação e para o transporte do sêmen congelado?, explica Pivato.