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sexta-feira, 26 de julho de 2024

Aumento de casos e início da vacinação

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O Brasil registrou 94 mortes provocadas pela dengue em 2024, segundo dados do Ministério da Saúde atualizados no dia 16 de fevereiro. Sendo que tem outros 381 casos suspeitos ainda em processo de investigação. O total de casos prováveis da doença notificados em todo o país alcançou a marca de 555.583. Em Santa Catarina, a situação não é menos preocupante. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), em seu comunicado em 15 de fevereiro, confirmou o triste cenário de oito mortes por dengue, enquanto os casos prováveis da doença apresentaram um alarmante aumento de 654,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. O estado já contabiliza 13.002 casos prováveis, com uma média de 282 casos por dia, distribuídos em 175 municípios.

A análise da Dive abrangeu as ocorrências desde 31 de dezembro de 2023 até 14 de fevereiro de 2024. Segundo o órgão, a categoria de “casos prováveis” engloba notificações confirmadas, suspeitas e inconclusivas, exceto aquelas descartadas. Portanto, todos os casos suspeitos notificados permanecerão considerados prováveis até que sejam encerradas as respectivas fichas de investigação.

Entre os registros de óbitos confirmados, cinco ocorreram em Joinville, um em São Francisco do Sul, outro em Araquari e um em Itajaí. Além disso, três mortes estão sob investigação em Itapiranga, Itapoá e Penha.

O médico infectologista José Amaral Elias, com CRM/SC 22091 e RQE 13074, observa que “com o preocupante aumento nos casos de dengue em todo o Brasil durante 2023 e 2024, acompanhado do consequente aumento nas mortes, o Ministério da Saúde optou por incorporar a vacina contra a dengue, expandindo assim a imunização também para o serviço público. Essa decisão marca um importante avanço na luta contra essa doença infecciosa perigosa, visto que as estratégias anteriores mostraram-se insuficientes diante da proliferação do mosquito Aedes aegypti”.

Quanto à vacina Qdenga, de fabricação japonesa, o profissional destaca que, embora já estivesse disponível na rede privada desde o ano anterior, somente agora foi incorporada pelo poder público, tornando o Brasil o primeiro país do mundo a oferecer essa vacina gratuitamente.

No entanto, o médico infectologista ressalta que, “apesar da eficácia e segurança da vacina, seu impacto no controle da doença em 2024 será limitado por diversos fatores. Um desses fatores é a complexidade da produção da vacina, que é de vírus vivo atenuado, tornando o processo mais lento e restrito, uma vez que há apenas uma empresa, a Takeda, no Japão, responsável por sua fabricação. Além disso, sua aprovação foi baseada em testes realizados em uma faixa etária específica, entre 4 e 60 anos, e ainda não está autorizada para gestantes. A necessidade de duas doses, com um intervalo de três meses entre elas, e as contraindicações em pessoas com alterações significativas no sistema imunológico também limitam sua utilização em larga escala”.

Quanto às novidades, o profissional menciona a expectativa positiva em relação à vacina desenvolvida pelo Instituto Butantã, já aprovada na fase 3, que poderá ser utilizada na população em geral a partir de 2025, sendo uma alternativa mais acessível e prática, por ser dose única e produzida nacionalmente.

Diante desse cenário, observa o médico, “o Ministério da Saúde está direcionando a vacinação inicialmente para a faixa etária de 10 a 14 anos e priorizando os estados e regiões com maior incidência da doença. Contudo, devido às limitações na produção e distribuição, apenas 10% das cidades do país devem receber a vacina via serviço público em 2024”.

Elias destaca ainda que “como alternativa, a vacina está disponível para compra em clínicas especializadas e drogarias, porém, é essencial que a decisão de imunização seja tomada com orientação profissional, respeitando os critérios de indicação e contraindicação, garantindo a segurança e eficácia do processo”.

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